domingo, 30 de janeiro de 2011

Com quem eu me pareço?

Me parece que sempre que nasce uma criança, os pais, familiares e amigos procuram saber com quem ela se parece. Como não poderia deixar de ser, nós não somos exceção. A minha família acha que ele se parece com a Helene enquanto que a família dela acha que ele se parece comigo. Eu sou péssimo nisso, tanto que todo mundo diz que eu sou a cara de meu pai e eu olho fotos de nós dois e não consigo ver essa semelhança (não quer dizer que ela não exista, só que eu não consigo vê-la). É por isso que eu acabo achando que ele se parece com ele mesmo. Com certeza os olhos amendoados são os da mãe, já ela diz que a sombrancelha dele é igual à minha. Outro dia estava na frente de casa com ele tomando os 15 minutos de Sol da manhã quando uma "obachan" que mora no prédio vizinho e que a gente conhece de se cumprimentar veio falar comigo a respeito de nosso filho e comentou que ele não se parecia com nenhum de nós dois (aliás, ela tem uma netinha que também é mestiça com mãe "ocidental" e pai "japonês").
É por isso que resolvemos criar uma enquete para que os amigos que nos acompanham possam dar sua opinião e o título é: "Com quem eu me pareço?"
Para ajudá-los seguem algumas fotos da Helene e minhas quando tínhamos nossos primeiros meses de vida.
Divirtam-se!
Com quem eu me pareço?

Me pareço com a mamãe ou com o papai?

Com a mamãe?

Com a mamãe?

Com o papai?

Com o papai?

sábado, 29 de janeiro de 2011

Feliz Lua de Leite!

Foi o que a Denise Niy (http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=livro&ext=html) me desejou quando soube do nascimento de nosso filho. Achei lindo e doce: feliz lua de leite! Vislumbrei o quão feliz poderia ser essa fase, após minha gravidez maravilhosa e meu parto normal (escrevi um post sobre isso).
“Foi lindo!” ou “Delicioso!” não são exatamente respostas honestas para descrever a cena do parto e só vivendo a experiência para entender sua maravilha e encanto. Convicta da fundamental importância para a saúde do bebê, para minha recuperação e para o vínculo mãe-filho, confesso que achei que seria fácil dizer que amamentar é lindo e delicioso.
Lembro-me do quanto me impressionei com minha cunhada Simone soluçando para amamentar a Bia. Até então, eu não me lembrava de ter ouvido falar sobre dores durante a amamentação, ou não havia me sensibilizado, não sei... Durante a gravidez, perguntei para amigas, e descobri que dificuldades com a amamentação são freqüentes. As dificuldades variam: mamas sem bico, o bebê não consegue pegar ou sugar, mamilos rachados e fissurados, mamas doloridas, noites mal dormidas, entre outras. Por quanto tempo persistem? “Só no começo” foi a resposta comum. A pergunta que me faço ultimamente é: quanto tempo dura o começo? Relembrando das conversas, ouvi “ah, nem lembro, só no começo”, “só no 1º mês”, “só nos primeiros dias”. Bom, o tempo é relativo e diante de toda uma vida pela frente, um ano ou mais pode ser considerado só o começo...
O Fernando aprendeu a pegar direitinho: boca de peixe, lábios evertidos e eu não tive dificuldade de posicioná-lo: barriga com barriga, cabeça alinhada com o tronco, narinas livres. Ótimo. Mantê-lo acordado foi uma das dificuldades. Doía, mas era uma dor suportável. Mas e o leite? As enfermeiras me perguntavam:
- O leite desceu?
- Acho que não, não sinto, aperto com os dedos e não sai nada...além disso, a cada pesagem ele perde peso e depois de um tempo no peito, ele solta e chora. Será que sente fome?
- Ah, tem sim! Esse é o colostro, mas logo, logo o leite desce e você vai sentir! - Após um aperto no mamilo.
Confiante de que voltar para casa melhoraria tudo, entre sair do HU e chegar em casa, parecia que minhas mamas iam explodir: quentes, inchadas, túrgidas, latejantes. Ainda não sentia o leite descer nem vazar, mas achei que mamas cheias seriam sinal de que era hora de amamentar. Após uma semana, as mamas não inchavam tanto e ainda não sentia o leite descer. Temi que o leite estivesse secando, pois o Fernando ainda mais dormia que mamava. A essa altura, meus mamilos estavam bem “magoados”. Numa consulta perguntei sobre eles e a enfermeira disse: estão ótimos! Você não tem noção de como algumas mulheres ficam!...
Imaginei que seria mais fácil se as mamas fossem transparentes: saberia exatamente o percurso percorrido pelo leite, seu aspecto, volume inicial e volume final. Pronto: saberia dizer se meu filho estava mamando bem!
Passado o 1º mês, achei que da noite para o dia, deixaria de sentir dor. Na consulta do puerpério (18/jan), a Dra. Fernanda falou: “A fase mais difícil é essa, em torno dos 40 dias, agora começa a ficar gostoso”. Estou orbitando esse período e ela me esclareceu: mais para frente você vai sentir o leite descer. Nessa fase, ainda não.
Fantasio se descer o leite é como xixi saindo ou menstruação descendo, quem sabe, lágrima brotando no canto do olho ou, mais sutil, suor sobre cada poro da pele... na verdade, nesses dias, acho que comecei a sentir algo como fluxo pelas mamas. A dor parece mais suportável em alguns dias ou mamadas, às vezes desaparece e quando acho que vai ficar gostoso, volto a sentir essa dor como agulhadas – agulha de máquina de costura!
Fora isso, ter sono e não poder dormir, sentir fome e não poder comer, ter vontade de ir ao banheiro e não poder ir abalam meu humor. Também não gosto de comer com pressa. Todas essas situações são freqüentes na amamentação.
Assim, é mais verdadeiro dizer “amamentar é um ato de amor” que, de fato, alimenta meu amor por ele. É um momento especial para sentir como ele cresceu, ganhou peso, perceber como os cílios que se alongaram, uma nova dobrinha, as unhas grandes... Mas o melhor é ver meu filho mamando, olhos fixos e mim ou mamindo (mamando + dormindo), sereno como um anjo, sentir suas mãozinhas me apertando ou acariciando e, quando vem o sono ou a saciedade, os olhinhos se arqueiam anunciando um sorriso com covinha e eu me derreto toda. Pronto, qualquer desconforto se foi e por hora, quem precisa de um babador sou eu!

Helene

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os primeiros dias com o Fernando (no HU)

Pensei em chamar esse post de “primeiros dias como mamãe”, mas não seria verdadeiro, pois me sinto mãe desde que descobri que estava grávida.
Eu poderia dizer Fer-nanando para definir o 1º dia...
Recapitulando, no 1º dia de vida, ele basicamente dormiu. Logo que nasceu, o médico o colocou em meu colo. Ele estava bem quente e parecia estar dormindo. Sentia ele se mexendo, mas fiquei assustada com a cor: cinza, como um hipopótamo!...à medida que as enfermeiras o limpavam, ele começou a resmungar e depois chorar, mas um chorinho.
Ainda na 1ª hora de vida, após o banho e primeiros exames, pude amamentá-lo. Percebi que nascer devia ser muito cansativo. Ele pareceu nascer sabendo sugar (literalmente), mas após alguns minutos, adormeceu. Não sei se tem relação, mas durante a gravidez, ele era mais ativo no fim do dia e à noite.
Eu também estava cansada – e faminta! Minhas pernas também dormiam – ficaram assim até o final da tarde! Lembro das enfermeiras discutindo se eu poderia “subir” da sala pós-parto até a enfermaria, no 5º andar. Pensei “não, não consigo caminhar!” ao escutar elas decidirem que eu podia subir. Era de elevador, ufa! Devia estar muito calor, mas eu estava com um cobertor sobre as pernas, frias.
Vigiando o Fernando e tentando descobrir a cor e forma dos olhos, eles se resumiam a:
- - (fechados) ou - - (espremidos) ou = = (esforçando-se, em vão, para abri-los)
Na madrugada de sábado para domingo, ele mostrou que sabe chorar – não sei se por causa da fralda suja ou de fome. Durante o dia, bocejou, chupou o dedo, abriu os olhos, suspirou... depois soluçou, espirrou. Mas basicamente dormiu – até sonhar... e sorrir!
Ficamos no HU até 4ª-feira, dia 7. Nesses dias, recebemos assistência constante: diariamente vinha alguém verificar minha pressão, temperatura, os pontos, mamas e palpar minha barriga; uma pediatra examinava o Fernando e ele era pesado duas vezes por dia. Também tivemos aula sobre banho, troca de fraldas, alimentação, amamentação e outros cuidados.
Os cuidados e orientações me ajudaram muito, pois a todo instante eu tinha dúvidas e pude saná-las antes de voltar para casa. As dúvidas continuam surgindo, mas estaria muito mais perdida se tivesse voltado em menos tempo para casa. Quero registrar meu agradecimento a toda a equipe de médicos, enfermeiros e auxiliares durante nossa estada no HU.

Helene

Foi normal?

Além da reflexão sobre o que é importante, não pude deixar de repensar sobre o que é normal.
De alguma maneira, todo mundo compreende o que é normal e ninguém explica em poucas palavras. É comum, é freqüente, é esperado, está dentro de parâmetros de referência, é um tipo de distribuição de dados em que média, moda e mediana coincidem.
Durante a gravidez, eu já tinha parado para pensar: o parto normal parece ter virado exceção, e o parto domiciliar – que um dia foi regra – virou “alternativo”...
O parto foi normal? – vários me perguntam. Eu mesma sempre comentei com os médicos que me atenderam que eu queria um parto normal, confiante na fisiologia do processo. Porém, durante o trabalho de parto, fiquei confusa: o que há de normal nisso tudo?! Como sei que estou evoluindo normalmente? Comum certamente não é: cada parto tem uma história. No meu caso, apesar de quase ter perdido a esperança de ter um parto normal, por volta das 5h e com 1cm de dilatação, ouvi os plantonistas comentarem surpresos a rapidez (anormal) com que dilatei – e que me permitiu ter meu parto normal.
Imaginem com que freqüência o Zé, como psiquiatra, deve ouvir: isso é normal? Sou normal?
Nem sempre é confortável ser normal. Trânsito e sujeira na cidade é normal, fila em restaurante é normal, gente mal-educada é normal, pessoas vivendo em extrema pobreza é normal (e eu normalmente fico indignada com essas coisas!)... Também sempre fico incomodada quando sinto algum desconforto (dor, coceira, ferida etc.) a ponto de ir ao médico e ouço: “é normal, não se preocupe”. Ou algum resultado de exame fora dos valores de referência, mas o médico diz: “é normal”. Ter espinha na adolescência é normal (não tive, fui anormal?), ter cólica menstrual é normal (nunca tive, é normal também?), mas a gravidez é campeã: ter enjôo, intestino preso, hemorróida, varizes, edema, hipoglicemia, hipotensão, hipertensão, alterações de humor, sangramento, manchas na pele e uma lista de coisas “diferentes” (por sorte, não tive tudo isso, não!)
E com nosso filho, não é diferente: nascer cinza ou azul, descamar nos primeiros dias é normal, cocô amarelo ou verde, ficar amarelo, ter o bumbum roxo, perder peso... tudo é normal! Mas tem também o normal que nos dá segurança, como os exames de ultra-som e o teste do pezinho.
Que bom ser normal!

O último dia da gravidez

Naquela 6ª-feira, eu estava confiante de que o Fernando ainda ficaria na barriga por mais 2 semanas. Ainda assim, faltei na última aula de francês do ano, para encaminhar pendências que não queria adiar mais – da casa, da escola e do Bebê. Claro que não consegui fazer tudo, mas adiantei algumas coisas naquele dia cheio: pela manhã, levamos o Erik para tomar vacina. Depois, caminhamos até uma concessionária aqui perto – trocar de carro era um plano que fizemos no início da gravidez, pois não queríamos ficar muito tempo com nosso carro semi-velho e queríamos um porta-malas compatível com o tanto de coisas que se deve levar num passeio com criança. Também fui cortar o cabelo, prevendo que com a chegada do nosso filho seria mais prático tê-lo curto. Estava tão quente e meu caminhar estava tão lento, que resolvi levar o celular comigo (coisa que não costumo fazer), para pedir socorro para o Zé caso precisasse.
De volta para casa, fui descansar um pouco - bem pouco, pois logo senti um líquido quente descendo (não era xixi). Corri para o banheiro e percebi que estava vazando. Fiquei sem entender, mas tranqüila, pois aquilo não era compatível com o que entendia por “romper a bolsa” e no pré-natal, os médicos diziam que eu poderia perder um pouco de líquido no final da gestação, porém, se houvesse uma “perda importante”, era para correr para o hospital.
Eram umas 6 da tarde, estava armando uma daquelas pancadas de chuva de verão e às 7 o Zé daria treino. Discutimos o que seria uma perda importante, concluímos que naquele horário não conseguiríamos chegar a lugar algum e era melhor aguardar o final do treino.
Fiquei atenta aos sinais de dor, descrita como “dor importante”. A caminho do HU, minha barriga se contraía fortemente – deformada e dura, mas sem dor. As coisas estavam acontecendo fora de ordem em relação ao que imaginava – 1-contrações dolorosas, cuja freqüência eu pudesse monitorar; 2-rompimento da bolsa, como uma bexiga d’água estourando no chão; 3-chegada do Fernando! Tudo parecia simples e fácil assim, não? Como se o Fernando disse “Fui” e desencadeasse todo esse processo que se chama “parto normal”!
Durante o trabalho de parto, eu monitorei a intensidade e duração das contrações, mas o aparelho não media sua freqüência. Sem relógio ou celular, fiquei atenta à rádio – tocava Alpha FM – teria sido ótimo ter a companhia de classe da minha amiga Walkíria. As músicas me entretinham e o intervalo entre elas me deixava a par do horário. Consegui, assim, monitorar a freqüência das contrações até “1 por música”, o que ocorreu por volta das 4h – a Luciana, enfermeira do plantão, achou engraçado.
Depois, aconteceu tudo aquilo que o Zé descreveu no post “Nasceu!”
Engraçado recapitular isso agora: eu perguntei várias vezes sobre essa “dor importante”. Os meninos (residentes) não conseguiam me ajudar muito:
- Como uma cólica menstrual bem forte, sabe?
- Não, não sei... nunca tive cólicas menstruais. Nem vocês, né?
Tenho uma boa noção do que é importante – as lições mais importantes da minha vida, não necessariamente foram boas ou fáceis. E o que é importante não deve ser esquecido (um processo bem automático para mim). Pensando bem, a dor de trabalho de parto é uma dor importante!
Outro bom exemplo sobre o que é importante, é ter irmãos. Zé, Fuji e eu fazemos essa enquete entre amigos (É legal ter irmão?”), desde nossa 1ª viagem juntos, em 2001. Eu não tenho dúvidas de que ter irmão é importante e, por coincidência, para mim, ter irmãos não só é importante como é muito bom (embora nem sempre fácil!).
Helene

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um mês de vida

 Hoje nosso filho completa um mês de vida e de presenta ganhou uma vacina contra Hepatite na perna direita. Fomos à UBS (Unidade Básica de Saúde) que fica aqui perto de casa, na beira da favela, e que foi o mesmo local onde a Helene tomou a vacina contra a gripe suína. Fomos e voltamos durante a trégua que a chuva deu a nós paulistanos. A pessoa que o vacinou (Lúcia) orientou a observarmos se tivesse dor ou febre. Para evitar edema no local da vacina fizemos compressa fria. Chorou na hora da injeção, mas logo já estava bonzinho, aliás ele tem sido muito bonzinho, só de vez em quando ele fica um pouco chatinho chorando sem parar. Tinhamos saído quando a Martha ligou desejando um feliz aniversário de primeiro mês. Amanhã teremos consulta na pediatra, vamos ver se ganhou peso suficiente.
se esquivando dos beijos dos pais corujas
preso para não escapar aos beijos

que cara de contente...

1º mes de vida

Ano novo (2011)

Esse ano passamos a virada do ano somente nós 3; u, a Helene e nosso filho. De ceia comemos uma lazanha de bacalhau e na virada do ano estouramos um espumante da Salton que estava bem gostoso. Os pais da Helene nos chamaram para jantar com eles e o Fuji, com quem já passamos diversos reveilons ia ficar no templo da monja Coen e ele até chamou a gente, mas achamos que com um recém nascido haveria o risco de acabarmos com o clima de meditação. Ainda bem que não fomos pois eles acabaram saindo só por volta das 4 da manhã. No dia primeiro combinamos do Fuji passar por aqui com a mãe dele, dona Luiza e com a atual namorada dele, a Zezé para almoçarmos. Fiz um risoto de aspargos frescos (receita da internet) e uma musaka (um prato grego parecido com uma lazanha, só que ao invés de massa leva camadas de batatas, berinjelas e abobrinhas, com recheio de carne moida e molho branco) que ao invés de carne moida levava proteina de soja texturizada, pois a Zezé é vegetariana. Ela trouxe um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Ainda nosso filho interage pouco, nosso cão é mais sociavel, aliás até demais para nosso gosto. Por volta das 16 horas a Martha, irmã da Helene, mais o marido César e a filha Marina apareceram para nos comprimentar e aproveitamos para dar os presentes de natal da Marina.
Desajamos a todos os amigos, parentes, conhecidos e pessoas que nos seguem no blog um maravilhoso ano de 2011! Um grande abraço a todos da nossa família!
UM FELIZ 2011 A TODOS!

Passagem do ano em família

Roupa de gala para a passagem do ano

No colo do papai