sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

E aí, Fernando, é legal ter irmão?

Sim, responde ele com simplicidade e simpatia.
Mas agora, mãe, eu quero uma ‘nenenha’. Isso deve ter relação com a Aline e a Alice, que tiveram suas ‘nenenhas’ recentemente. A Aline não quis saber o sexo do bebê, mas ele não tinha dúvidas diante da barrigona: é uma nenenha.
Humildemente, respondi que às vezes tenho dificuldade de cuidar o Fer e do Alê... imagine se tiver uma nenenha.
- Ah, mãe, mas 3 é um número bem pequeno. 3 é pouco, você consegue (me encorajando)...

Hoje ele voltou com o assunto:
- Mãe, tem uma nenenha na barriga do papai.
- É mesmo? Que legal! Como ela vai se chamar?
- Fernanda Akira.

Resgato com certa frequência a lembrança do barrigão da mamãe. Ele diz que se lembra, mas como nós, é como se ele já não fosse mais capaz de imaginar a vida sem o Alê.

Quando visitamos ou recebemos alguém e sugerimos: podemos deixar o Alê com ele/ela?
- Nããããão! O Alê é nosso bebê. Não pode.

É comum ele se referir ao Alê como “nosso filho” ou “meu filho”; ah, às vezes, também como “meu irmãozinho”.

Ainda na gravidez, ele havia visto uma vantagem em ter irmão.
- Quem fez essa bagunça aqui?
- Foi o Alê... (o Erik deve ter ficado aliviado!)

A cada presente que o Alê ganha:
- Vou abrir o pacote  – fosse porque o Alê estava na barriga da mamãe ou porque ele é um bebê e não consegue.
- Mas, Alê, tem que dividir, sim? Mãe, porque esse é um brinquedo de bebê e de criança! Os meus são de criança.
Porém, frequentemente o Fernando empresta brinquedos para o irmão. Ele checa:
- Mãe, esse é macio e não é pontudo. Vou emprestar para o Alê. Esse pode, mamãe?

Quando mostro roupas, e fotos em que ele usava as mesmas roupas, ele abre um sorriso sincero e meio vago, procurando – em vão - se lembrar da situação descrita.
- Olha como eu cresci!
E aí vem a parte confusa, que ainda não decidiu o que prefere:
- Mas eu não quero crescer.
- Mas eu ainda não tenho 5 anos? (lágrimas brotando nos olhos)
- Hoje eu ainda tenho só 4 anos? (lágrimas lavando as bochechas)
- Mas eu não quero fazer 10 anos.

- Mãe, você é grande?
- Eu sou maior do que você, mas sou um adulto pequeno.
- É mesmo?!
- Eu quero ser um adulto grande.
- É bem possível que seja. Talvez até maior do que o papai.
- É mesmo? – transparecendo dificuldade em visualizar a imagem.
- Mas eu quero ser pequenininho. Eu gosto de ser criança. Só quando eu for adulto eu vou gostar de noticiário.

O Fer beija, deita em cima, abraça, cobre de brinquedos, canta, conta história, ensina o que já sabe, pula por cima e em volta (haja coração para vigiar sem podar a brincadeira, zelando pela segurança de todos). Isso tudo arranca as gargalhadas mais sonoras do Alê.

Outra vantagem de ter irmãozinho é poder mandar:
- Alê, diga dedé.
- Alê, senta.
- Alê, para de chorar!

Mas o lado mandão ainda não aflorou.
Ele se incomoda quando o Alê está chorando:
- Alê-ê. Fica calmo. Respira.
- Buáááá...
- Mãe, acho que ele quer mamar.

E quando o Alê adormece, lá vai ele cutucar o irmão. Ou caminhar com suas patas de dinossauro, fazendo barulho o suficiente para acordar o Alê. Ou, ainda, tocar a corneta. Ou soltar um ‘arroto’ (praticamente um rugido, bem forçado) bem sonoro (e em seguida, pedir desculpas).
- Uéééé...
- Ah, Fer, por que você acordou seu irmão?
- Ah, mãe, eu só fui explicar para ele que tomada dá choque. [ou outras justificativas tão convincentes e pertinentes quanto essa)
- Urgh!!!


Sei que essa pergunta poderá ser feita aos meninos posteriormente e ter respostas diferentes, mas a semente do ‘é legal ter irmão’ está plantada!

Vejam só:
Que amor!

Alêe, acorda...

Fer: smack! Alê: zzzz

eu quero segurar o Alê!

Esse é o espaço kids para a gente brincar.

Mamãe, o Alê está ficando pesado...

Posso ficar no berço com o Alê?


Em Monteiro Lobato

Em Monteiro Lobato

Em Boiçucanga

Em Campinas

Tó, brinca com meu telefone sem fio!

Tó, brinca com o pessoal.


Vamos ver um desenho bem legal?


Fer médico. Alê paciente - com curativos na testa.

Pindamonhangaba
  
O que é isso?

Presta atenção, Alê.

Conversando

Rindo




Gargalhando

Bagunçando

Curtindo

Quanto carinho!

Medindo os pés

Agarrando com o garra

Larga do meu pé, Alê!

O que você achou aí?

Robô e Alienígena

Posando de comportados





quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Alê – 5 meses

Gente! Foi no dia 21 de janeiro que o Alê completou 5 meses. Estávamos no ‘hotel’, celebrando a vida, o tempo voou, recomeçaram as aulas do Fernando e o post ficou para trás...
Eu tinha esperanças de que o Alê perdesse o interesse em chupar o polegar quando adquirisse novas habilidades e descobrisse novos brinquedos e brincadeiras. Dito e feito! (Ufa...)
Desisti da chupeta.
A rotina... bem seguimos uma sequência de eventos, mas os horários são muito mais flexíveis do que eram os do Fernando. Até porque, depois das visitas vieram as festas e férias. Até o Fernando saiu da rotina e restou ao Alê nos acompanhar. E ele se saiu muito bem, não posso me queixar. Aceitou bem dormir em lugares e horários diferentes, topou os passeios e tudo mais sem maiores problemas. Nos dias que o Zé vai ao Campo Belo, tudo funciona de forma diferente em relação aos demais dias da semana. Então, é mesmo impossível estabelecer uma rotina marcada no relógio.
Ele frequentemente acorda com o Fernando, mas tenho a impressão de que ele dormiria mais, se não fosse toda a barulheira e agito na casa. Tanto assim que o cochilo da manhã é longo, às vezes, por mais de 2 horas, e geralmente mais demorado que o cochilo da tarde. Mas, basicamente, só dá um cochilo durante a manhã e outro, durante a tarde. Dorme entre 20 e 21h. Continua acordando 1 vez durante a madrugada.
Tenho tentado, mas confesso que sem muito sucesso, coloca-lo para dormir sozinho. Só funciona quando acerto o timing. No carro ou no carrinho, ele adormece facilmente. Fora isso, é bem comum ele dormir mamando. Às vezes, ao coloca-lo no berço, ele desperta e aí tem que começar tudo de novo. Outras vezes, ele percebe alguma mudança, mas vira-se de lado, leva o polegar à boca e adormece.
Ele passa mais tempo acordado e muito mais ativo.
No hotel, em Pindamonhangada, ele ficou craque em rolar! Agora, no berço, ele rola e roda pelo berço.
Também começou a ficar sentado ou quase isso. Ajeitando as pernas dele para formar uma base, ele sustenta o tronco ereto por alguns segundos – mais ainda se estiver apoiado em algum brinquedo ou almofada. Logo, tomba para a frente ou para o lado. Em seguida, estica as pernas e acaba virando de barriga para baixo. O tronco fica erguido até o limite de sua resistência; aí, deita-se e às vezes nem consegue virar o rosto para o lado. Fica balançando as pernas e resmungando.
As gargalhadas são bem mais frequentes.
Também descobriu os pés. E pelo visto, os dedos dos pés são tão gostosos quanto o polegar.
Já coordena bem segurar os objetos e esta é a fase de levar tudo o que conseguir pegar até a boca...
Trocar fralda é bem mais difícil! Ele rola ou quer ficar de lado. Se bobear, agarra a fralda sobre a qual está deitado e puxa com força. Bate os pés, agita as mãos, ergue o tronco (mesmo deitado de barriga para cima).

Gastando tanta energia, o ganho de peso reduziu bastante, mas tudo dentro da normalidade e está liberado para seguir com o aleitamento exclusivo até o 6º mês:
4 meses e meio (5/jan): 6450g; 66cm
5 meses e meio (6/fev): 6720g; 67,5cm  - é bem verdade que neste dia ele não parou quieto e não foi possível estabilizar a balança nem a régua...

No 5º mês também teve vacina, mas ‘só’ uma. Mês que vem, repetimos a bateria dos 4 meses...

21/dez/2014 - 4 meses

Feliz Natal! (25/12/2014)

Adicionar legenda
De bem com a vida! (27/dez/14 )

Já consigo sentar (por alguns segundos) 28/dez/14

E até ficar em pé! (28/dez/14)

Bom dia - bem humorado. (02/jan/15)
Olha o que descobri? Um pé! (04/jan/15)

Não precisa mais me segurar (06/jan/15)
Cochilo depois de muita bagunça (07/jan/15)
Acordei mal humorado (08/jan/15)
Hmmm, quer provar? (10/jan/15)
Sumotori (12/jan/15)
'Lanche' pós banho de sol. (17/jan/15)


Relax total! (17/jan/15)

Fortalecendo os braços para engatinhar

Sonhando em engatinhar...
Banheira diferente... (21/jan/15)

Quem é esse menino lindo? (21/jan/15)







E aí, é legal ter o segundo filho?

Com base no post “é legal ter irmão?”, em que falo do quanto acho legal ter irmão, eu desejei propiciar ao Fernando esta experiência. Com base no que foi minha gravidez do Fernando e na experiência de cria-lo, eu também tinha uma boa expectativa sobre ter o segundo filho.
E na realidade, como está sendo a experiência?
Muito legal! Acho que minha convicção de que seria legal para o Fernando ter irmão, me ajudou em tudo.

A parte operacional dos cuidados com o recém-nascido em si foi muito mais tranquila. Eu sabia que tudo podia ser pior e mais difícil do que havia sido com o Fernando, e ter registrado tudo sobre ele me ajudou bastante. Os meus cadernos de anotações, com todas as ‘atividades’ do Fernando no primeiro ano de vida: que horas acordou, mamou, duração das mamadas, trocas de fralda, com e sem cocô, horário e duração das sonecas; e, mais tarde, introdução de sucos, frutas, alimentos salgados. E, ainda, a lista de perguntas que eu levava a cada consulta ao pediatra, e depois copiava com as respectivas respostas.

Nem que eu quisesse eu conseguiria fazer esse registro para o Alê. Mas assim como eu senti essa necessidade para o Fer, eu não senti essa necessidade para o Alê. Quis tentar ser mais intuitiva, relaxar mais e, ao mesmo tempo, preservar a rotina do Fer.

Quem me conhece sabe que seria a minha cara fazer uma tabela comparando os dois. As comparações são inevitáveis, mas só reforçam que eles são pessoas com características próprias: traços, personalidade, comportamento, ritmo. E é justamente essa a parte legal! Nos damos conta do quanto tudo passou rápido. Não fossem os posts aqui, eu não saberia dizer o que o Fernando sabia fazer com a idade do Alê, ou quanto media e pesava a cada mês...e olha que eu apreciei muito a rotina, novidades, desenvolvimento, descobertas e aventuras do Fer.

Agora que sei como tudo passa tão rápido, tento congelar meus momentos com o Alê nessa fase bebê que é tão linda e especial. É como se eu estivesse me despedindo de uma fase muito querida e fantástica da minha vida. Aprecio sabendo que terei saudade de tê-lo em meus braços, trocando calor enquanto ele mama. Quando o Fernando está por perto, ele nos observa como se tentasse se lembrar dessa fase. E aproveito o ensejo para me lembrar dele nessa fase – ele ouve atento, com um sorriso sincero e curioso, mas um olhar meio vago, de quem não está visualizando com clareza as cenas descritas.

Ter o 2º filho é continuar me surpreendendo no melhor sentido da palavra: por parte do Fernando, em seus comentários e reações perante o Alê, pelas situações que vivemos com o Alê e, principalmente, pela interação entre eles. Toda essa parte é nova e deliciosa! O Fernando quer brincar, mostrar brinquedos, ensinar habilidades ao irmão. O Alê adora observar o Fernando, se joga na direção do irmão, dá gargalhadas vendo o Fer fazendo palhaçadas e brincadeiras. É me sentir mais capaz de dar segurança ao Alê sem deixar o Fer inseguro.

Se há dificuldades? Sim, claro que sim. Fisicamente é muito mais cansativo. Tem hora que estou sozinha e os dois precisam de um banho urgente ou o Alê pede para mamar justo na hora do jantar do Fer. Ou depois de colocar os dois para dormir, penso num banho gostoso e num jantar sem pressa e... o Alê acorda chorando. Ou o Fernando acorda de madrugada com pesadelo e depois de acalmá-lo, volto a dormir e 20 minutos depois, o Alê acorda para mamar. Passadas outras 2 horas, o Fernando me saúda com seu doce “bom dia, mamãe, já é dia!”. Mas isso faz parte do pacote e não tira o encanto deles nem minha alegria em tê-los.

Além disso, é importante – e difícil – cuidar do casamento, mas conversar ajuda bastante. Exige sensibilidade e tolerância de ambas as partes.
Às vezes nos pegamos conversando sobre como fomos criados e o que achamos que foi bom na nossa educação. Então, tentamos juntar o melhor das nossas histórias a valores que temos hoje para educar nossos filhos. Parece um bom plano, não? Sim, mas olhando para nossos irmãos, vemos que cada um interpretou de diferentes formas as mesmas lições e valores recebidos. Assim, é de se esperar que o mesmo aconteça com o Fernando e o Alexandre.

Ter o 2º filho não se trata de corrigir erros cometidos com o 1º ou dar-se uma nova chance de ser pai ou mãe. Trata-se de cultivar a família e aprender mais sobre compartilhar amor, respeito e tolerância; sobre relacionamentos e sobre a vida. É mágico acompanhar o desenvolvimento de uma criança!


Eu me realizo diariamente como mãe e sonho em seguir assim, vivendo um dia de cada vez, ano a ano, até que possa vê-los como adultos ‘do bem’ e felizes.