domingo, 29 de julho de 2012

Férias na casa da Titia Iracema


Desta vez, foi só um final de semana...
A tia Iracema mora em Campinas numa casa linda, grande, com jardim, quintal e duas gatas, a Flya e a Christie. Por estar mais distante, nos encontramos bem menos do que gostaríamos, mas cada encontro rende muita conversa boa e comilança. E antes mesmo do Fernando nascer, muita paparicação para o Fernando!
Eu ainda estava grávida, a barriga grande de 7 meses. Fomos para Piracicaba e deixamos a vovó Conceição em Campinas num sábado. No dia seguinte, nos encontramos em Pira para comer peixe. Foi a última viagem que fiz grávida. Foi a última vez que a vovó Conceição esteve em Campinas. Que dia feliz! E voltamos com bagagem extra, trazendo presentes para o enxoval do Fernando: um mamadeirão enorme, com mamadeiras, copos de transição, talheres, prato, mordedor, pente e escova de cabelo. O primeiro item a ser utilizado foi o mordedor – o mais leve e macio que ele tinha, em forma de alfinete de segurança. Os utensílios para comer ele usa todos, diariamente, desde que introduzimos alimentos. As mamadeiras, também diariamente, desde que desmamou (tentamos dar leite no copo, mas acabamos nos rendendo à mamadeira, somente para tomar leite). A escova e o pente... bom, vejam os posts antigos – o Fernando demorou a ter cabelos, mas agora, se olha diante do espelho e já escova os cabelos, que começam a enrolar, sozinho. E ainda escova os meus! Ah, e o mamadeirão virou brinquedo para guardar outros brinquedos.
A tia Iracema conheceu o Fernando num dia muito triste, quando nos despedíamos da vovó Conceição. Mas de alguma forma, a partida da vovó acabou nos reaproximando.
A cada encontro, o Fernando se encanta com os presentes – isso porque ainda não entende o que é presente. Mas a curtição diante de uma novidade é deliciosa de se ver. Foi a tia Cema que deu a barraca de bolinhas, que rendeu também muita diversão para as primas Marina e Bia, e toda criança que vem nos visitar. Ah, sem contar que o Erik e o Spyke babam diante de tantas bolinhas coloridas!
Foi a tia Cema que deu o cogumelo-toca dos coelhos, com peças para colocar, porta e moinho de vento, que renderam e ainda rendem brincadeiras de todo tipo com os coelhos, ou com a casinha na cabeça, ou encaixando as peças e, mais recentemente, usando o telhado da toca como chapéu.
Foi a tia Cema que deu o carrão vermelho! No começo, a brincadeira consistia em apertar os botões da buzina, do motor e da música. Depois, foi a fase de usar de banquinho para sentar; depois, para subir em lugares mais altos; mais recentemente, para ficar em pé, como um equilibrista de braços abertos! Tão logo ele se sentou com firmeza, amarramos uma faixa de dogui para puxar o carrinho. Quando ele aprendeu a ficar em pé, a alça traseira do carro servia de apoio e o ajudou a dar os primeiros passos, empurrando o carrinho. Hoje em dia, ele carrega o carrinho e aprendeu que tem que mexer os pés para fazê-lo se mover – mais fácil para trás do que para frente. Mais fácil ainda é estender as pernas à frente, apoiando-as ao de cada lado do volante e aguardar ser empurrado, claro! E outra brincadeira recente é deixá-lo tombado para brincar com as rodas. Agora falta só entender como funciona o volante! Ah, e já aprendeu a falar “carro”.
Assim, deliciosamente ela faz parte do cotidiano do Fernando. O último presente que ela deu foi a escrivaninha. Linda, vermelha, com tampo que levanta e esconde folhas para desenhar, lápis de cera coloridos, porta-trecos... eu tinha certeza de que ele ia gostar, porque já vinha usando um banquinho da casa com degrau como escrivaninha, para rabiscar papéis, para brincar com os tabuleiros e livros. Creio que ele tenha aprendido na natação – lá tem uma bem parecida, para 4 crianças e o Fernando chega e se senta sem cerimônia. A brincadeira ainda é tirar e guardar os lápis, mais do que desenhar. Logo ele se aventurou a ficar em pé no assento e, logo depois, no tampo!
Mas o mais legal mesmo é visitá-la em Campinhas. Estivemos lá no final de semana passado. Em outras visitas, ele ficou à vontade, mas desta vez, ele explorou todos os espaços! Brincou no jardim, correu pelo quintal atrás das gatas – voltou sabendo chamá-las pelo nome e agora, quando vou colocar a fralda com desenho de gatinhos, pergunto: quem é? Ele diz: Faia! Diferentemente da mamãe, a titia deixa subir na mesa – ele amou abraçar o globo terrestre e apertar as teclas da máquina de datilografia. Brincou com as coisas de cozinha, ímãs de geladeira, a cadeira de balanço... e o que dizer da academia de ginástica? Aprendeu a andar na esteira e quando caiu, descobriu um escorregador – uhu!
Isso sem contar com os passeios: o almoço no restaurante, onde ele comeu de tudo, tomou suco e conheceu um monte de gente! O passeio pelo quarteirão, com muitas árvores, calçadas largas, casas bonitas; o jardim da igreja, onde ele se jogou nas moitas. Mas nada se compara ao passeio no bosque, em que ele aprendeu uma nova música. Ao falarmos “bosque”, ele começa a se balançar, esperando alguém cantarolar: “vamos passear no bosque, enquanto o ‘seu’ lobo não vem...” Logo na entrada, ele ganhou inflável um galo da titia. Abraçado com o galo, ele viu ema, araras, tucanos, papagaios, corujas, macacos, leão, leopardo, hipopótamo... acho que ele nem entendeu direito o que era, e a titia se frustrou que os bebedouros de água dos animais chamaram mais a atenção do Fernando, que apontava e dizia: água. Mas é um passeio para ser repetido outras vezes e ainda vai render muita curtição!
Ah, e finalmente, a frustração maior da titia foi a mamãe ter comentado no post anterior sobre a nova escrivaninha sem dar os devidos e merecidos créditos, o que rendeu-lhe o carinhoso apelido “titia do porão”, e me inspirou a escrever este post.
Ele realmente se sentiu em casa. Logo aprendeu onde ficavam as coisas e dormiu bem. E na hora de irmos embora, de dentro do carro ele disse, balançando o braço: tau, titi!
Para garantir a lembrança, mostro na máquina fotográfica a foto, em que ele identifica: titi, nenê, juntos da jabuticabeira da vovó Conceição.

Hoje ele diz: "Oiiii" olhando pela janela lateral.


Gato! Agora ele identifica: Faia, Kiti!

Agora eu brinco mais com o moinho
Aprendi a andar, carregar a toca e encaixar as peças!
Oi... aogra ele usa o telhado como chapéu.
No aniversário do Papai. A roupa não serviu, mas o recado ficou registrado!

Isso sim é escrivaninha, mamãe!

Água!

Água!

Ãh?
Água...

Adorei!

Na casa da titia eu me sinto o dono do mundo!

Olho, nariz, boca

Kiti

Adorei andar de esteira!

Faia!

Titia, eu, Vovó

Meu primeiro carro

Carreguei até aqui. Agora empurra, fofovo? Até a casa da Titia?










domingo, 15 de julho de 2012

19 meses


Só mesmo estando em férias para conseguir escrever o post deste mês...
Na verdade, no dia 4 deste mês, ele teve febre, ficou bem manhoso. No dia seguinte a febre persistiu, mas depois, passou. Nenhum outro sinal de qualquer infecção...e eu num apuro no trabalho, muitas coisas para fazer. Foram dias difíceis! Eu ficava no escritório, e o Fernando com o pai, aos berros: mamãe, mamãe! Parecia não se conformar que eu estivesse em casa e não ficasse com ele. Mas quando o papai precisava trabalhar, ele ficava comigo aos berros: papai, papai! Ficou muito birrento nesses dias e só quando eu consegui reduzir o ritmo de trabalho, voltou ao normal (ainda bem). Agora, quando foge da sala e estou no escritório, ele vem correndo e me saúda: “ooooi”.

Já que este post está atrasado, incluo uma grande novidade: 1 semana depois de completar 19 meses, exatamente no dia 11, ele fez xixi no pinico! É um troninho, que eu tinha dado para a Bia e ele herdou da prima. Foi um xixi no meio da tarde. Fui trocar a fralda, ele apontou para o troninho e disse “cocô”. Perguntei se ele queria fazer, ficou sentadinho, e fez xixi. No dia seguinte, ele não usou o troninho, mas nos últimos 3 dias, ele usou pelo menos 1 vez durante o dia!

Agora ele entende melhor o ritual da hora de dormir. Perguntamos: quer fazer nana? E ele começa a cantarolar: nananene, “caca”, papa... entramos no quarto, ele apaga a luz, ligamos a música de dormir, sentamos, ele ergue o pescoço para ajeitar o pano embaixo do queixo, mama quietinho. Depois, faz “aaaaahh” para escovar os dentes e já pede a chupeta.
Nesses dias frios, pergunto: vamos fazer pacotinho (ie, se enrolar com cobertores)? Ele se deita e procura o Tigrão para abraçar. Saio do quarto e só volto para trocar a fralda, por volta da meia-noite.
Pela manhã ele geralmente acorda bem humorado. É uma delícia escutar as conversas dele, risadas e gritinhos. Ao abrirmos a porta, às vezes ele ainda está deitado, brincando com os pés ou com os bichos; outras vezes, está tentando pular sobre o colchão, debruçado sobre a grade com cara de travessura.
À tarde, é mais comum ele acordar chorando e nos recebe sentado, meio mal-humorado e resistente a largar a chupeta.

Resisti o quanto pude, mas aos poucos, vamos deixando ele provar alguns doces (rigorosamente selecionados!). A gelatina é sem sabor e preparamos em casa, com frutas e sucos naturais. Biscoitos caseiros, bolo de fubá... mas só de vez em quando e somente se ele come todo o prato da refeição ou no lanchinho da tarde.
Um dia, ele acordou mal-humorado da soneca da tarde, sem querer largar a chupeta, sentado na cama, propus: vamos comer bolo? Ele arrancou a chupeta da boca, jogou-a no colchão, já se levantando! Foi engraçado, ele parecia estar salivando, sabia exatamente do que eu estava falando. E o danado aprendeu a acender a luz do forno. Sempre vai dar uma espiada para ver se tem um bolo lá e sabe que o forno é quente (“titi”).

Outra coisa que estamos tentando introduzir é o “por favor”. Às vezes ele fala ‘fofovo”, mas quando não está disposto, abre mão até de guloseima! Impressionante essa queda de braço. Acho que ele ainda não entende bem a lógica, mas o que eu faço quando ele me pede “fofovo” para algo que eu não quero que ele faça?...

O vocabulário deu uma super expandida e saímos da fase monossilábica. No último encontro com minhas amigas, ele ganhou da Rose um tabuleiro para aprender o alfabeto. Por baixo das letras ficam os desenhos representados por palavras que se iniciam com a respectiva letra. Por hora, guardei as letras e a brincadeira é identificar os desenhos. Os mais inteligíveis são harpa, kiwi, tatu; os outros são “bo” (bolo), “tede” (batedeira), “fa” (fada) e por aí vai; o mais engraçado é “relógio” – nem consigo transcrever a fala dele e só nós somos capazes de entender.
Ele também identifica e “fala”: testa, olho, orelha, boca, nariz, bochecha, queixo, cabelo, cabeça, mão, pé, umbigo, barriga, pipi, bumbum. Ah, ele também sabe que tem 2 narinas! Adora enfiar os indicadores até a metade dentro delas! (estou tentando fotografar a cena, mas quando ele crescer, pode não gostar da foto...).
O Kintaro e vários brinquedos nos ajudam na brincadeira de identificar as partes do corpo. O Spyke roeu vários dos bichos de pelúcia do Fernando. Onde ficaram furados ele dizia: dodói... fiz uma boa plástica em todos eles, mas o Fernando ainda acha que estão “dodói”.
Falando em dodói, ele entende que dodói é consequência de cair. Então, quando a gente diz: cuidado, você vai cair!” ele já anuncia “dodói”. E fui adiante com as lições: quando tem dodói, a gente faz carinho e dá beijinho. Ele descoordena um pouco, porque faz carinho em mim e me beija, ou beija a própria mão, ou manda beijo para qualquer um, mas às vezes ele está mais concentrado e dá beijinho no dodói.
Ao lado do telefone tem um painel de fotos, onde ele identifica: papai, mamãe, vovó, nenê. Aliás, vira e mexe ele pega o telefone e inventa uma animada conversa, sempre com o vovô ou a vovó: ahã, tudo, tá, hmm, oooi, ahã, tá, tá bom!
E a comunicação em geral melhorou muito. Ele avisa: "sujo" quando suja a roupa. Ele protesta: Yeye [Erik], sai! Ele segura meu dedo e puxa dizendo “vem vê”. Porque sempre mostro a imagem dele no espelho ou quando quero distraí-lo, proponho: vamos ver [o que quer que seja]?
Canta animadamente: toto, toto, re-re, ca-ca, se-se, aaaah. É a participação especial dele em “atirei o pau no gato”.
Nos treinos, ele faz o que quer, mas quando está inspirado, fala “se-sei” (sensei), nhenhe (onegaishimasu) e “to” (domo arigato), inclinando-se para frente como pede a etiqueta do aikido. Faz os exercícios e cai, girando o corpo e falando "caiu". Diversão para todos!
A folha do calendário deste mês é um garotinho com gorro e cachecol. O Fernando aponta e diz: nenê! E põe o gorro dele e pede para olhar no espelho “vem vê”.

Helene
Pacotinho para dormir. O Tigrão ficou embrulhado também!

Caiu!

Ah, mamãe, olha onde estou?

Não diz não para mim... que eu faço bico...

Ooooooiiii! Aprendi a pôr chapéu sozinho!

Agora, sim, uma escrivaninha de verdade! (viu a do post passado?)

Nenê (esse sou eu)

Me empurra, fofovo?

A foto do mês!