Faz tempo que não dedico um post somente ao Fernando, mas
ainda que com atraso, vale a pena registrar.
Eu me lembro do primeiro pediatra dele falando sobre
interação social e momento adequado para ingressar na escola. Ele dizia que as
crianças só começam a interagir com outras a partir dos 4 anos de idade. Antes disso,
elas são capazes de dividir espaço, mas sem compartilhar brincadeiras.
O Fernando comemorou o 3º aniversário na escola velha e logo
mudamos de casa, escola, natação... e ainda veio o irmão! Então aqui, registro
as brincadeiras na casa nova. Claro que algumas são as mesmas desde que ele era
bebê; ou melhor seria dizer que os brinquedos são os mesmos, mas as
brincadeiras tornaram-se mais elaboradas.
As brincadeiras fazem parte do cotidiano do Fernando e fico
feliz em vê-lo divertindo-se tanto.
Esse é um post que merece ser ricamente ilustrado, mas por
hora, deixo apenas o texto.
Blocos
de encaixar e empilhar: 3 anos foi a idade de brincar de blocos – de todos os
tipos. No começo, ainda bebê a diversão era derrubar blocos empilhados; depois,
com 2 anos, era empilhar e ver tudo desmoronar. Com a imaginação vieram as
construções: edifícios, castelos, guindastes, casas, cidades, estradas, robôs,
pontes. Às vezes, ele não mistura os tipos de blocos: cubos de pano, cubos
pequenos, blocos ‘da cadeira’, blocos ‘da mochila’, blocos de madeira, blocos
que a mamãe fez (papelão e tetra-pak), blocos monta-tudo. Outras vezes, ele usa
tudo o que tem! Às vezes quer manter tudo como está por dias. Outras vezes,
monta tudo para destruir com seu dragão e seu dinossauro. O Alê também
participa como elemento destruidor – e se diverte à beça!
Quebra-cabeças: começou com os de veículos, 2, 3, 4 e 5 peças. Daí foram os de formas e cores da turma da Mônica, o do Nemo... depois compramos um livro com 5 quebra-cabeças de carros. Quando ele resolve brincar, ele monta todos. Neste ano demos um de 60 peças (lixo reciclável) e hoje ele ganhou um latão com 4 quebra-cabeças de 80 peças cada!
Massinha de modelar: rendeu e rende muitas tardes de
entretenimento. No começo, eram cobras e bolinhas. Quando a imaginação aflorou,
foram monstros, dinossauros, peixes, bolos, cup-cakes (ele dizia até outro dia
curp-cake), biscoitos, caminhões. Ano passado ele ganhou acessórios, que
demorou um pouco para aprender a usar, mas hoje em dia, a brincadeira é
completa! Nessas férias compramos massinhas novas e logo depois, ele ganhou um
kit dos Minions. Não me pergunte como, mas ele descobriu como achar vídeos no
youtube mostrando brinquedos e brincadeiras de massinha.
Pinturas. Com giz de cera, canetinhas ou tinta, com pincel
ou com os dedos. Ele curte muito misturar cores. Aprendeu até a fazer
verde-oliva, com o papai. Passou por uma fase de ficar frustrado porque queria
pintar um jacaré e, ao olhar para o desenho final, achava que não parecia um
jacaré... por sorte, passou algum desenho em que o personagem fazia uma pintura
abstrata. Assim, as pinturas abstratas dominaram a produção artística por um
tempo. Neste ano, as pinturas já são reconhecíveis, assim como os desenhos.
Brincar com papel picado. Parece tão legal quanto o tanque
de areia. A curtição começa com picar as folhas na máquina. Aí ele junta tudo e
se joga. Ou fica no chão e joga tudo para cima. A brincadeira surgiu por conta
da mudança de casa, quando jogamos fora muitos papéis.
Sucata. É uma atividade clássica nas escolas. Como separamos
lixo reciclável em casa, é comum ele resgatar algo, atribuindo uma função. Além
disso, numa das visitas ao SESC, vi as crianças se divertirem muito com blocos
feitos de tetra-pak embalados com papel pardo. Voltei para casa e fiz alguns,
aproveitando embalagens diversas.
Ele tem o ‘telefone de lata’, que ele chama de ‘sem fio’,
apesar do barbante enorme que une as latas. Fiz instrumentos musicais, um
submarino (depois de um chororô porque ele queria um submarino amarelo igual ao
do amigo...) e até um minion!
Origami: foi uma febre. Desde o avião de papel – e logo lá
estava ele com uma frota, de várias cores e lançávamos na sala para ver qual
deles ia mais longe. Graças ao Youtube consegui fazer vários bichos e por um
tempo, ele andou com todos num baú para lá e para cá. A fase passou sem que ele
mesmo aprendesse a fazer algum sozinho, embora na escola ele já tivesse feito
algumas atividades do tipo.
Cola, tesoura, fita adesiva: é mais recente e ainda não teve
a ideia de cortar cabelo, roupas ou outras coisas que não se deve cortar. Faz
bandeiras, quadros, bonecos, cartões...diversão garantida!
Neste ano liberei o uso da tesoura. Ele se sente o menino
grande! Recorta formas geométricas, cola umas nas outras e faz barco à vela,
robôs, aranhas, máscaras.
Triciclo, carro, patinete circulavam (e ainda circulam) pela
casa o dia todo. E, mais no final do ano, o sonho de consumo passou a ser uma
bicicleta com pedal... ele chegou a pintar uma, com pedais bem grandes.
Finalmente nessas férias ele ganhou a tão sonhada ‘bicicleta
com pedal’! Esperamos um dia bonito de sol, anunciamos a surpresa montando a
palavra com as letras e ele ficou radiante. “É o dia mais feliz das férias, da
minha vida!”
Receber visitas. Com a casa nova e, depois, com o nascimento
do Alê, foram muitas. E quase sempre ele ganhava um presente. Mas mesmo sem
presentes, ele curtia ter companhia para brincar. Claro, até o momento que o
cansaço ou o ciúme geravam uma briga. Mais recentemente ele já quer mostrar os
brinquedos, desenhos, livros.
Desde a visita do tio Pipo, tia Kathrin e Liam, ele gosta
especialmente das visitas que vem para dormir em casa. E fica bem triste quando
as visitas vão embora.
DVD e TV: a TV foi (e
é) mais companheira do que eu gostaria. Porém, tenho que admitir que hoje há
mais opções e é possível driblar a propaganda. Dos 2 anos até boa parte do 3º,
ele assistia mais DVD porque não entendia que na TV não era possível repetir as
cenas e os episódios logo que acabassem; também não gostava dos intervalos que
interrompiam os programas favoritos e não dava atenção às propagandas.
Vida de inseto, Toy Story 1, 2, 3, Casa do Mickey, Galinha
Pintadinha, Pingu, Sem floresta, Nemo, Espanta tubarão, Alice no país das
maravilhas, Up aventura, Pocoyo, Monstros S.A.... a lista é longa e cada filme
foi visto dezenas de vezes!
Com o tempo, e rapidamente, ele memorizou a programação -
sabia o horário e a sequência dos desenhos. O pós-piscina até a hora de deitar
muitas vezes foi em frente à TV. E ele nunca reclamou que os episódios eram
repetidos: Umizumi, Bubble Guppies, Casa do Mickey, Dora a aventureira, Chuck e
seus amigos. São desenhos bem apropriados para a idade. São educativos, os
personagens fazem perguntas, ensinam sequências, formas geométricas, contagem,
pedem ajuda ao amigo – e o Fernando interage bem. Recentemente, ele gosta do
Blaze and the monster machines, Patrulha Canina e Escola pra cachorros.
Sempre que possível, um de nós acompanha e destaca atitudes
in/corretas, consequências etc. Assim, acabamos incorporando algumas coisas à
nossa rotina: a ‘sequência’ é a mais emblemática. Nos desenhos, as crianças tem
que completar sequências lógicas ou seguir etapas. Estabelecemos sequência para
tudo. E funciona bem!
Contar história: na casa nova, perdemos o bom hábito do
Fernando dormir sozinho no quarto. Ainda controlamos bem o horário e ele não dá
trabalho para adormecer, mas passamos a contar estórias. No começo, ele não
tinha paciência para acompanhar os livros, apesar da boa iniciação com a
biblioteca da escola anterior. Ele gostava que recontássemos algum episódio dos
desenhos preferidos. Com o tempo, mudou para histórias de verdade – da nossa
infância, minha e do Zé, aventuras, trapalhadas, encrencas. Atualmente, ele
gosta de seguir nos livros, mas ainda pede com frequência para contarmos
episódios de desenho da TV/DVD ou histórias do papai e da mamãe. O hábito
também não se restringe mais ao horário de dormir. Ele pede para contarmos
histórias durante as refeições e quando estamos no carro.
Tanque de areia: desde os 2 anos e a brincadeira não perde a
graça. Fizemos um tanque de areia para ele no final do ano passado. Ele brinca
menos do que imaginei, mas ainda gosta bastante. As brincadeiras são mais
sofisticadas. No tanque de casa ele leva a caminhões, escavadeiras, a
betoneira, o caminhão de lixo, usa vários instrumentos e ferramentas.
Jardim: logo que pusemos grama no quintal, ele curtiu muito.
Corria descalço pela grama, plantou um monte de coisas, regava as plantas.
Obviamente que o mais legal da história é a mangueira d’água, mas a crise
hídrica acabou com a brincadeira...
Balanço, escorregador e rede: foram as novidades do quintal
da casa nova. No começo, ele se apossou da rede que chegou a dar briga. Depois,
perdeu o interesse. Balanço e escorregador também: tem dia que ele passa um bom
tempo brincando, mas passa outros tantos dias sem passar por perto.
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