Na semana seguinte
ao aniversário do Alê, foi dia de entregar a ‘casa velha’. Era dia 30 de
agosto. Embora já estivéssemos aqui na ‘casa nova’ desde janeiro de 2014, foi
preciso um caminhão de mudança para trazer o que restou lá.
E na confusão de
descarregar o caminhão, vigiar o Alê para não ir para a escada sozinho, flagrei
o Alê dando os primeiros passos. Um, dois, três... e, como se não acreditasse
em tamanha aventura, ele se agachava. Não levava muito tempo para uma nova
tentativa – e bem sucedida: um, dois, três... e o peso se distribuía igualmente
entre os dois pés, dificultando dar um novo passo. E quando eu finalmente
consegui pegar a filmadora, ele já estava cansado e voltou ao modo automático
(engatinhar)...
Ao longo do dia, a
curiosidade diante das ‘novidades’ amontoadas num canto da sala serviram como
estímulo. Logo já eram 4 ou 5 passos, com os braços bem abertos, e os olhos
atentos ao chão. Os dedos dos pés contraídos, e o passo tão firme que dava um
pequeno estalo.
Novamente, me emociono e me impressiono com a dimensão dessa conquista. Ele já se virara bem para chegar onde quisesse, mas o que faz um bebê tentar caminhar? Ver o mundo sob outra perspectiva? Imitar o irmão maior e os pais? Descobrir o próprio corpo? Esses primeiros passos evidenciam bem que caminhar é diferente de engatinhar ou rastejar. Uma descoberta e tanto!
Na semana seguinte,
ele já caminhava pela casa, a passos apressados, braços abanando e o estalo dos
pés beliscando o chão. Mas quando tinha pressa mesmo, se atirava no chão para
engatinhar.
Adorou caminhar
sobre a grama do quintal. Chorou ao pisar sobre o piso quente do quintal num
dia de sol. Levou seus escorregões no chão do box na hora do banho. Paralisou
diante do desnível de chão entre a lavanderia e o quintal – resolveu isso com
prudência: agachou-se, virou de costas e engatinhou para trás, vencendo o obstáculo
de 2cm.
Talvez 1 mês
depois, ao levar o Fernando para a escola, cismou de querer subir as escadas –
igual ao irmão, claro. Virou o exercício matinal: sempre que possível, vamos
todos. Apoiando-se no corrimão, ele sobre os degraus, um a um. Não raras vezes
somos ultrapassados por alguma mãe carregando o filho do jardim II no colo
escada acima, censurando: viu só, até o nenezinho sobe sozinho...
Ainda não me
conformo de não guardarmos registro na memória dessa grande conquista...
O que consegui
resgatar – e rapidamente – foi a lembrança do que significa um bebê que anda:
cuidado redobrado, vigilância constante e respeito à sua autonomia.
A parte nova da
história é como o processo de aperfeiçoamento é estimulado e acelerado pelo
irmão maior. O Fernando era independente. O que dizer do Alexandre? É
independente, tanto quanto é observador – e sempre tenta imitar o irmão.
Isso me fez lembrar
de que o Fernando imitava o Erik nessa fase: nas caminhadas, o Fernando se
aproximava dos muros e erguia a perna para trás!
Na verdade, a
imitação me parece ser a forma predominante de aprendizagem nessa fase. O
Fernando dá broncas nos irmãos – Erik e Ale - exatamente da mesma forma que
leva broncas: o tom da voz, vocabulário, gestos... taí meu melhor imitador.
16/ago: tentando desgrudar um dos pés do chão |
16/ago: depois eu tento um pouco mais... |
13/set: com a ajuda do Fer |
13/set: sem a ajuda de ninguém |
19/set: agora quero aprender a chutar a bola! |
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