sábado, 20 de agosto de 2011

Há um mês


Era 4ª-feira, 20 de julho. O Zé deu treino normalmente pela manhã e saiu para fazer exames do check up que tanto insisti para ele fazer. No final da manhã, o Fernando dormia e o Zé me chamou pela janela do carro: acho que estou tendo um AVC, não consigo me mexer. 
Chamei o SAMU, chamei o Fuji e fiquei ali com o Zé, angustiada e impotente.
De repente, ele recuperou os movimentos e entrou em confusão mental – como se o cérebro ligasse e desligasse; assim, num instante, parecia saber onde estava e o que queria fazer e, em seguida, não conseguia falar ou se mover, não me reconhecia, não sabia onde estava...
O Fuji chegou, acordei o Fernando e fomos para o Pronto-Socorro. O médico disse: vamos interná-lo na UTI e analisar as hipóteses diagnósticas: AVC, tumor cerebral ou meningite.
Encurtando a história: no dia seguinte, o médico confirmou: era meningite. Viral, menos grave que a meningocócica. Naquela noite, o Zé recobrou a consciência. Na 6ª ele saiu da UTI, mas ainda ficou internado durante todo o tratamento, até dia 2 de agosto, quando retornei ao trabalho.
Não quero registrar os sentimentos e pensamentos daquelas longas horas sem diagnóstico e até descartarmos seqüelas. Relembrando de tudo, penso que um episódio desses não era necessário na nossa vida, na de ninguém, mas tendo ocorrido, dou graças a Deus por tudo: por termos convênio, porque eu estava em férias, pelo fato do Zé ter chegado em casa em segurança, ter conseguido me dizer quão mal estava, pela prontidão do Fuji em nos socorrer, e sua disposição e disponibilidade para nos ajudar nos dias que se seguiram, pelo atendimento rápido no pronto-socorro, por não ter sido AVC, tumor cerebral nem meningite meningocócica, nem ter ficado qualquer seqüela, pela compreensão e apoio dos alunos do Aikido, pelo apoio dos amigos e da família – especialmente meus pais, que ficaram com o Fer (e às vezes com o Erik) enquanto eu ficava no hospital com o Zé.
Na medida do possível, preservei a rotina do Fernando, o que foi muito importante para mim também, pois não sobrava tempo para pessimismos e temores. Ao mesmo tempo, acabou sendo um bom ensaio para meu retorno ao trabalho. Nos primeiros dias, meus pais vinham para casa – o ritmo da casa ficou diferente, mas ainda era o ambiente habitual do Fernando. Depois, quando ele já fazia festa ao ver meus pais, passei a levá-lo para a casa deles.
Agora até parece que já faz um tempão que isso tudo aconteceu. Estou de volta ao trabalho, o Zé retomou sua rotina, o Fernando segue com suas descobertas, em casa e na casa dos meus pais. Pensando nisso tudo, celebrei meu aniversário ontem, feliz por ter tido um ano maravilhoso e um dia normal de trabalho (com direito a engarrafamento na Marginal e chegar em casa quase meia-noite!).

Helene

domingo, 14 de agosto de 2011

Feliz Dia dos Pais

Nesta época do ano passado, eu estava grávida e ainda não tínhamos começado a escrever este blog. Eu ficava quase frustrada quando o Zé dava a entender que só se sentiria pai quando o Fernando nascesse, mas hoje entendo melhor.
Este post não é para falar sobre gravidez, mas sobre paternidade. O Zé tem sido um pai maravilhoso, que participa de tudo e só não amamentou porque...bem, a natureza não permitiu.
Desejo muitos dias dos pais bem felizes para o Papaizão Zé e registro aqui alguns momentos felizes do dia-a-dia desse super papai!

Helene

Na maternidade, esperando nossa liberação para ir para casa
1º dia em casa

Dormindo no braço do Papai
Fer-nanando com o Erik
Brincando de luta

Treinando ficar de pé

Curtindo o colo do Papai
Chega de fotos!

Papai me acalmando



Treinando caminhar
Montando no Erik
Aprendendo a sentar
Pronto para passear!

Vamos tomar banho!
Uhu!
   
 
Papai urso, meu urso
No tatami



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Engatinhando

Dia 11 de agosto de 2011 nosso filho após muito ensaio finalmente começou a engatinhar.
Pensavamos que iria engatinhar no tatami, mas acabou engatinhando no tapete do consultório indo atrás de uns folhetos sobre depressão que são bem mais atraentes que os briquedos dele, aliás ele prefere as embalagens aos brinquedos que vêm nelas. No vídeo abaixo temos alguns momentos editados, mas ainda sim é possível ver a participação do Erik.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

8º mês

E o Fernando continua descobrindo o mundo, desenvolvendo habilidades e inventando brincadeiras. Agora ele está com 7 dentes: 4 superiores e 3 inferiores, com os quais aprendeu a cortar os alimentos fazendo “crunch” ao morder a maçã! A vovó ensinou a chupar laranja – hmmm, delícia...
Novidades no cardápio: maçã, uva, abacaxi, morango, damasco seco, chá de maçã, chuchu, suco de laranja pêra – no copo normal.
As mamadas não duram mais que 10 minutos: ao acordar, no meio da tarde e... até o começo do mês, era por volta da meia-noite. Ultimamente, é impossível saber! Às vezes ele mama no começo da noite e dorme até a manhã seguinte. Outras vezes, ele mama no começo da noite e de madrugada. Ontem, por exemplo, dormiu após o jantar e só mamou na manhã seguinte, dispensando a mamada da noite.
As sonecas durante o dia também variam: é comum dormir por 2 horas, no final da manhã e acordar para almoçar; à tarde, às vezes, fica acordado direto ou dorme por não mais que 1h. Mas quando percebemos que está cansado, pega no sono rapidamente. Se ele dorme bem à tarde, significa que ficará acordado até umas 9 da noite e se o colocamos para dormir antes, ele começa resmungando, depois chora e finalmente abre um berreiro escandaloso!...
Ao acordar, ele sempre nos surpreende: um dia, estava por cima do mosquiteiro; o corpo pode estar em qualquer posição – barriga para cima ou para baixo, cabeça para lá ou para cá. Quando ele alcançou os aviões do móbile, baixei o berço. Em boa hora, pois tem se tornado freqüente entrarmos no quarto e encontrarmos o Fernando sentado no berço. Hoje mesmo ele nos saudou de pé, debruçado sobre a grade!
No chiqueirinho, ele senta, rola, levanta, agacha, fica em posição de engatinhar, mas ainda escorrega. No tatami, ele ainda não engatinha, mas rasteja, normalmente para trás; em pé, ensaia os primeiros passos. No carrinho, ele vai sempre debruçado sobre o protetor, sem apoiar as costas; agora ele alcança o suporte para os pés e quando está animado, fica saltitando! Durante os passeios, observa as pessoas, sorri para os cães, estende a mão para tocar nas cercas vivas.
Com tanta disposição, ficar deitado virou uma tortura e, conseqüentemente, trocar a fralda virou uma batalha! No trocador, ele rola e vai se rastejando destemidamente até ficar pendurado...e quando a gente o vira de barriga para cima, ele se senta. Ao insistirmos em deixá-lo deitado, ele grita, chuta, bate os pés e mãos, ergue o quadril, rola, levanta...
No banho, ele fica sentado ou em pé; mas curte ficar boiando para aquecer o corpo todo.
Os sons são mais diversificados: dadada, gugu, rrrrrr, fffff, aaaaahhh (bem agudo), além de gargalhadas gostosas, assopros, e estalos com a língua. E quando resolve gritar... que fôlego! Ele presta muita atenção quando falamos com ele – parece sempre querer imitar e estende a mão em direção à nossa boca.
Toda noite ele cumprimenta quem estiver no tatami, interage com todos e passa de colo em colo.
No fim de julho, o papai ficou doente (isso renderá outro post) e ele passou a ficar com a vovó – nos primeiros dias aqui em casa; depois, na casa da vovó. Foi um ensaio para o meu retorno ao trabalho. Sofri naqueles dias, mas quando fui trabalhar nesta semana, estava bem mais tranqüila, certa de que ele ficaria bem – e, de fato, ficou.

Helene


veja meus dentões
já acordei!

Mamãe, quero sair
Hei, tem alguém aí?


Vamos brincar?
Brincando com a vovó

diversão no tatami
treino para engatinhar

vamos ver o mundo?
agora alcanço os pés!

A foto do 8º mesversário!

Como comer

Agora temos acertado bem os horários das refeições, mas logo que introduzimos os alimentos, nem sempre estávamos bem sintonizados: cansaço, sono, distração, irritação, falta ou excesso de fome... qualquer desses fatores tornava a refeição uma tortura! Isso me fazia lembrar a cadeira de dentista: tão confortável! Seria ótimo ler um bom livro ou tirar um cochilo, mas ali sempre foi um lugar de tensão para mim. Aaaaabra a boca! Era esse nosso apelo ao Fernando, ali no bebê conforto, onde fez suas primeiras refeições.
Filho, refeição é hora de curtição, meu amor! Em alguns dias, ele parecia não entender dessa forma. Virava o rosto, empurrava e/ou chutava nossa mão, grudava os lábios, assoprava a comida, arrancava a colher da nossa mão. Ou comia, mas logo depois colocava as mãos na boca e, com os dedos lambuzados, segurava os pés, puxava as orelhas, esfregava a cabeça. Ou abria um bocão, mas...era para morder os pés!
Eu dizia que se ele sentisse fome à noite, poderia chupar as meias ou procurar um lanchinho nas dobras do pescoço.
A colher de silicone é ótima! Serve também para arremessar a comida para bem longe, num esforço de equipe: nós segurando o cabo e o Fernando puxando a ponta e soltando-a de repente. E o Erik, claro, no rebote, pegando a comida antes de cair no chão.
No bebê conforto, realmente a posição era muito parecida com a que ficamos na cadeira de dentista. Com treino, aprendemos a driblar as mãos e os pés dele e fazer a colher chegar à boca. No cadeirão, os pés ficaram fora do alcance das mãos. Mas era comum ele ficar meio cabisbaixo, escondendo a boca. E a mesinha seria ótima para colocar o pratinho, mas ele pega qualquer coisa à sua frente e, de duas, uma: ou sacode, ou leva à boca. Então, por enquanto, nada de pratinho cheio ao alcance dos bracinhos, curtos, mas ágeis!
A pediatra disse que poderíamos incentivá-lo a comer sozinho o quanto antes, dando-lhe um pratinho e uma colher. Começamos dando-lhe uma colher menor durante as refeições. Ele leva à boca, como faz com tudo o que consegue alcançar... e consegue o mais difícil: tira a comida da boca! A diversão dura até ele jogar a colher no chão, mas antes disso, uma boa sacudida ou uma bela aplicação de comida nas bochechas e/ou cabelos. Alguém já ouviu dizer que beterraba faz bem à pele? Aos cabelos?
Ao final da refeição, mostro o potinho vazio, virando-o de cabeça para baixo e, batendo com a colher, aviso: “acabou, pi-pi!” - como minha mãe fazia com o Pipo. Ele abre um sorriso satisfeito.
Como nós, ele parece ter 2 estômagos: um para salgado e outro para doce. Assim, é comum ele estar bem disperso ao final da refeição, mas quando mostramos a fruta da sobremesa, ele se agita todo e abre um bocão que faz franzir o nariz e a testa! Come com gosto e toma o suco que sobrar no pote fazendo barulhinho to-to-to-to...

Helene
Papai, solta meu braço!

Shake, shake, shake!


Chutei o papai e roubei a colher
Quero comer sozinho



Hmm, comidinha entre os dedos
Ah, estou satisfeito!

Essa colher é minha
Será que cabe tudo na minha boca?

aprendi com a vovó
tototo - suquinho de fruta