Agora temos acertado bem os horários das refeições, mas logo que introduzimos os alimentos, nem sempre estávamos bem sintonizados: cansaço, sono, distração, irritação, falta ou excesso de fome... qualquer desses fatores tornava a refeição uma tortura! Isso me fazia lembrar a cadeira de dentista: tão confortável! Seria ótimo ler um bom livro ou tirar um cochilo, mas ali sempre foi um lugar de tensão para mim. Aaaaabra a boca! Era esse nosso apelo ao Fernando, ali no bebê conforto, onde fez suas primeiras refeições.
Filho, refeição é hora de curtição, meu amor! Em alguns dias, ele parecia não entender dessa forma. Virava o rosto, empurrava e/ou chutava nossa mão, grudava os lábios, assoprava a comida, arrancava a colher da nossa mão. Ou comia, mas logo depois colocava as mãos na boca e, com os dedos lambuzados, segurava os pés, puxava as orelhas, esfregava a cabeça. Ou abria um bocão, mas...era para morder os pés!
Eu dizia que se ele sentisse fome à noite, poderia chupar as meias ou procurar um lanchinho nas dobras do pescoço.
A colher de silicone é ótima! Serve também para arremessar a comida para bem longe, num esforço de equipe: nós segurando o cabo e o Fernando puxando a ponta e soltando-a de repente. E o Erik, claro, no rebote, pegando a comida antes de cair no chão.
No bebê conforto, realmente a posição era muito parecida com a que ficamos na cadeira de dentista. Com treino, aprendemos a driblar as mãos e os pés dele e fazer a colher chegar à boca. No cadeirão, os pés ficaram fora do alcance das mãos. Mas era comum ele ficar meio cabisbaixo, escondendo a boca. E a mesinha seria ótima para colocar o pratinho, mas ele pega qualquer coisa à sua frente e, de duas, uma: ou sacode, ou leva à boca. Então, por enquanto, nada de pratinho cheio ao alcance dos bracinhos, curtos, mas ágeis!
A pediatra disse que poderíamos incentivá-lo a comer sozinho o quanto antes, dando-lhe um pratinho e uma colher. Começamos dando-lhe uma colher menor durante as refeições. Ele leva à boca, como faz com tudo o que consegue alcançar... e consegue o mais difícil: tira a comida da boca! A diversão dura até ele jogar a colher no chão, mas antes disso, uma boa sacudida ou uma bela aplicação de comida nas bochechas e/ou cabelos. Alguém já ouviu dizer que beterraba faz bem à pele? Aos cabelos?
Ao final da refeição, mostro o potinho vazio, virando-o de cabeça para baixo e, batendo com a colher, aviso: “acabou, pi-pi!” - como minha mãe fazia com o Pipo. Ele abre um sorriso satisfeito.
Como nós, ele parece ter 2 estômagos: um para salgado e outro para doce. Assim, é comum ele estar bem disperso ao final da refeição, mas quando mostramos a fruta da sobremesa, ele se agita todo e abre um bocão que faz franzir o nariz e a testa! Come com gosto e toma o suco que sobrar no pote fazendo barulhinho to-to-to-to...
Helene
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Papai, solta meu braço! |
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Shake, shake, shake! |
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Chutei o papai e roubei a colher |
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Quero comer sozinho |
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Hmm, comidinha entre os dedos |
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Ah, estou satisfeito! |
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Essa colher é minha |
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Será que cabe tudo na minha boca? |
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aprendi com a vovó |
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tototo - suquinho de fruta |
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