Era 4ª-feira, 20 de julho. O Zé deu treino normalmente pela manhã e saiu para fazer exames do check up que tanto insisti para ele fazer. No final da manhã, o Fernando dormia e o Zé me chamou pela janela do carro: acho que estou tendo um AVC, não consigo me mexer.
Chamei o SAMU, chamei o Fuji e fiquei ali com o Zé, angustiada e impotente.
De repente, ele recuperou os movimentos e entrou em confusão mental – como se o cérebro ligasse e desligasse; assim, num instante, parecia saber onde estava e o que queria fazer e, em seguida, não conseguia falar ou se mover, não me reconhecia, não sabia onde estava...
O Fuji chegou, acordei o Fernando e fomos para o Pronto-Socorro. O médico disse: vamos interná-lo na UTI e analisar as hipóteses diagnósticas: AVC, tumor cerebral ou meningite.
Encurtando a história: no dia seguinte, o médico confirmou: era meningite. Viral, menos grave que a meningocócica. Naquela noite, o Zé recobrou a consciência. Na 6ª ele saiu da UTI, mas ainda ficou internado durante todo o tratamento, até dia 2 de agosto, quando retornei ao trabalho.
Não quero registrar os sentimentos e pensamentos daquelas longas horas sem diagnóstico e até descartarmos seqüelas. Relembrando de tudo, penso que um episódio desses não era necessário na nossa vida, na de ninguém, mas tendo ocorrido, dou graças a Deus por tudo: por termos convênio, porque eu estava em férias, pelo fato do Zé ter chegado em casa em segurança, ter conseguido me dizer quão mal estava, pela prontidão do Fuji em nos socorrer, e sua disposição e disponibilidade para nos ajudar nos dias que se seguiram, pelo atendimento rápido no pronto-socorro, por não ter sido AVC, tumor cerebral nem meningite meningocócica, nem ter ficado qualquer seqüela, pela compreensão e apoio dos alunos do Aikido, pelo apoio dos amigos e da família – especialmente meus pais, que ficaram com o Fer (e às vezes com o Erik) enquanto eu ficava no hospital com o Zé.
Na medida do possível, preservei a rotina do Fernando, o que foi muito importante para mim também, pois não sobrava tempo para pessimismos e temores. Ao mesmo tempo, acabou sendo um bom ensaio para meu retorno ao trabalho. Nos primeiros dias, meus pais vinham para casa – o ritmo da casa ficou diferente, mas ainda era o ambiente habitual do Fernando. Depois, quando ele já fazia festa ao ver meus pais, passei a levá-lo para a casa deles.
Agora até parece que já faz um tempão que isso tudo aconteceu. Estou de volta ao trabalho, o Zé retomou sua rotina, o Fernando segue com suas descobertas, em casa e na casa dos meus pais. Pensando nisso tudo, celebrei meu aniversário ontem, feliz por ter tido um ano maravilhoso e um dia normal de trabalho (com direito a engarrafamento na Marginal e chegar em casa quase meia-noite!).
Helene
Querida Le, sinto que tenham passado por tudo isso, mas veja que força familiar vcs têm! Amor, suporte, compreensão = família. Super-beijo!
ResponderExcluirHelene, só você mesmo, pra ser tão otimista com a vida! Felicidades e tudo de bom, porque você merece!
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