Akira Panhan: 1 ano, 10 meses e alguns dias

Ele tem corrigido várias palavras, o repertório das trissílabas aumentou! Agora ele fala corretamente tomada; mas o babador é badodo (até o mês passado era dodo); o popó passou para hipopó-tamo; até vita-mina ele fala!

A distração nos passeios passou a ser coletar sementes. E mais recentemente, amoras e pitangas. Ele descobriu a função e importância dos bolsos nas calças e bermudas e fica sempre muito orgulhoso de guardar as coisas, apesar da dificuldade. Ah, ele também se aproxima dos muros e moitas, ergue a perna para fazer xixi – e aguarda o comentário “igualzinho o Erik”, como se fosse um grande elogio!

Comprei um livro para ele “Furtas da quitanda”. É bem colorido. Tem um texto descrevendo uma fruta e, na página ao lado, uma ilustração da fruta, coberta por uma aba com um buraco central. A proposta é esfregar ali, sentir o cheiro, adivinhar qual é a fruta e só depois levantar a aba. Ele se encantou e aumentou o vocabulário: cereja, pêxego, côco, maçã, moiango, laianja, banana. Ele gostou tanto que o levamos para a feira ver mais frutas, legumes e verduras.

E na hora das refeições a distração é lembrar do Sidnei. Outro dia ele esteve aqui e propôs um “toca aqui”, erguendo a mão estendida para bater. Em seguida, ele fechou os dedos e disse: agora a gente explode – depois de tocar as mãos fechadas, elas se abrem “explodindo”. Ele curtiu tanto que incorporamos. Adicionei a música do “meu lanchinho vou comer pra ficar fortinho e crescer”, adaptada para almoço e jantar. Ele repete: fotinho e quece. Logo que ele se senta, peço para fazer um “toca aqui”; e na hora de explodir faço “pffff...”. Ih, tá muito fraco! Vamos comer para explodir bem forte? E assim, tem dado certo.

Outro recurso é o livro do dragão. Eu comprei um livro sobre dragões uma vez (estava grávida e ainda não sabia) e acabei nem lendo. O Fernando adora esse livro e me admira que ele seja cuidadoso com o livro. Bom, os dragões adoram arroz, feijão, beterraba etc. Abrem um bocão e são muito fortes!

Tem ainda o livro das frutas, claro!

Conseguimos incorporar o “obrigada” e “de nada”. Ele ainda descoordena o uso, mas já entende o contexto. Por exemplo, às vezes ele pede – “pofovo”. Depois que entregamos, perguntamos: e agora, o que você fala? “Obigado”. Se ele está desligado ou muito entretido com o que acabou de ganhar, a gente acaba dizendo “agora você diz obrigado”. Ao invés de repetir, ele diz “De nada!” ou, muitas vezes “de nado!” com um entusiasmo, como se ficasse orgulhoso de si mesmo. Ou ele diz tudo: “obigado! De nado!”

E quando fico brava, peço para ele pedir “desculpa”. Ele diz com o maior ânimo “cupa!”. Então, arrependimento e lamentação são coisas ainda um tanto complexas para ele. Mas ele já tem entende quando aviso: você está sendo desobediente. Desobediente e mamãe não gosta, fica brava”. Ele até repete “bava”...

Continuamos reforçando o mantra: faca não. É perigoso. Perigoso faz dodói. Tesoura não... vidro, tomada etc. Agora incluí minhas coisas – a bolsa, o estojo, a pasta, a mochila, os cremes da mamãe. Um por um. Não pode. A mamãe fica brava. E as coisas do papai e dos alunos do dojo! É muito “não”, mas ensinar limites é assim...

Outra novidade é que ele aprendeu a pular a grade do berço. Ele tira o pé do berço entre as grades para apoiar no braço da poltrona e já tem altura suficiente para passar por cima da grade. Afastamos a poltrona. Ele empilhou todos os bichos até conseguir altura para passar por cima da grade... agora o Zé fez um bloqueio, que tem funcionado.

Outra bronca constante é para ele não mexer na persiana e na tela da janela. A persiana está destruída! Ele foi arrancando as tiras, uma a uma e já estragou 1/3 delas. A tela é removível, então ele tira, mas não sabe pôr de volta. Depois de muita bronca, ele agora olha e diz: “tela nãããão; enta moquito”.

Ele não quer mais saber do “toninho”. Agora só quer sentar no “tonão”. Então, compramos um assento redutor, mas ainda não tivemos coragem de deixa-lo sem fralda porque ele não pede para ir ao banheiro, nem avisa que acabou de fazer xixi ou cocô...a gente que vigia e leva quando acha que ele vai fazer.