quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

E aí, é legal ter o segundo filho?

Com base no post “é legal ter irmão?”, em que falo do quanto acho legal ter irmão, eu desejei propiciar ao Fernando esta experiência. Com base no que foi minha gravidez do Fernando e na experiência de cria-lo, eu também tinha uma boa expectativa sobre ter o segundo filho.
E na realidade, como está sendo a experiência?
Muito legal! Acho que minha convicção de que seria legal para o Fernando ter irmão, me ajudou em tudo.

A parte operacional dos cuidados com o recém-nascido em si foi muito mais tranquila. Eu sabia que tudo podia ser pior e mais difícil do que havia sido com o Fernando, e ter registrado tudo sobre ele me ajudou bastante. Os meus cadernos de anotações, com todas as ‘atividades’ do Fernando no primeiro ano de vida: que horas acordou, mamou, duração das mamadas, trocas de fralda, com e sem cocô, horário e duração das sonecas; e, mais tarde, introdução de sucos, frutas, alimentos salgados. E, ainda, a lista de perguntas que eu levava a cada consulta ao pediatra, e depois copiava com as respectivas respostas.

Nem que eu quisesse eu conseguiria fazer esse registro para o Alê. Mas assim como eu senti essa necessidade para o Fer, eu não senti essa necessidade para o Alê. Quis tentar ser mais intuitiva, relaxar mais e, ao mesmo tempo, preservar a rotina do Fer.

Quem me conhece sabe que seria a minha cara fazer uma tabela comparando os dois. As comparações são inevitáveis, mas só reforçam que eles são pessoas com características próprias: traços, personalidade, comportamento, ritmo. E é justamente essa a parte legal! Nos damos conta do quanto tudo passou rápido. Não fossem os posts aqui, eu não saberia dizer o que o Fernando sabia fazer com a idade do Alê, ou quanto media e pesava a cada mês...e olha que eu apreciei muito a rotina, novidades, desenvolvimento, descobertas e aventuras do Fer.

Agora que sei como tudo passa tão rápido, tento congelar meus momentos com o Alê nessa fase bebê que é tão linda e especial. É como se eu estivesse me despedindo de uma fase muito querida e fantástica da minha vida. Aprecio sabendo que terei saudade de tê-lo em meus braços, trocando calor enquanto ele mama. Quando o Fernando está por perto, ele nos observa como se tentasse se lembrar dessa fase. E aproveito o ensejo para me lembrar dele nessa fase – ele ouve atento, com um sorriso sincero e curioso, mas um olhar meio vago, de quem não está visualizando com clareza as cenas descritas.

Ter o 2º filho é continuar me surpreendendo no melhor sentido da palavra: por parte do Fernando, em seus comentários e reações perante o Alê, pelas situações que vivemos com o Alê e, principalmente, pela interação entre eles. Toda essa parte é nova e deliciosa! O Fernando quer brincar, mostrar brinquedos, ensinar habilidades ao irmão. O Alê adora observar o Fernando, se joga na direção do irmão, dá gargalhadas vendo o Fer fazendo palhaçadas e brincadeiras. É me sentir mais capaz de dar segurança ao Alê sem deixar o Fer inseguro.

Se há dificuldades? Sim, claro que sim. Fisicamente é muito mais cansativo. Tem hora que estou sozinha e os dois precisam de um banho urgente ou o Alê pede para mamar justo na hora do jantar do Fer. Ou depois de colocar os dois para dormir, penso num banho gostoso e num jantar sem pressa e... o Alê acorda chorando. Ou o Fernando acorda de madrugada com pesadelo e depois de acalmá-lo, volto a dormir e 20 minutos depois, o Alê acorda para mamar. Passadas outras 2 horas, o Fernando me saúda com seu doce “bom dia, mamãe, já é dia!”. Mas isso faz parte do pacote e não tira o encanto deles nem minha alegria em tê-los.

Além disso, é importante – e difícil – cuidar do casamento, mas conversar ajuda bastante. Exige sensibilidade e tolerância de ambas as partes.
Às vezes nos pegamos conversando sobre como fomos criados e o que achamos que foi bom na nossa educação. Então, tentamos juntar o melhor das nossas histórias a valores que temos hoje para educar nossos filhos. Parece um bom plano, não? Sim, mas olhando para nossos irmãos, vemos que cada um interpretou de diferentes formas as mesmas lições e valores recebidos. Assim, é de se esperar que o mesmo aconteça com o Fernando e o Alexandre.

Ter o 2º filho não se trata de corrigir erros cometidos com o 1º ou dar-se uma nova chance de ser pai ou mãe. Trata-se de cultivar a família e aprender mais sobre compartilhar amor, respeito e tolerância; sobre relacionamentos e sobre a vida. É mágico acompanhar o desenvolvimento de uma criança!


Eu me realizo diariamente como mãe e sonho em seguir assim, vivendo um dia de cada vez, ano a ano, até que possa vê-los como adultos ‘do bem’ e felizes.

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