Com base no post “é
legal ter irmão?”, em que falo do quanto acho legal ter irmão, eu desejei
propiciar ao Fernando esta experiência. Com base no que foi minha gravidez do
Fernando e na experiência de cria-lo, eu também tinha uma boa expectativa sobre
ter o segundo filho.
E na realidade,
como está sendo a experiência?
Muito legal! Acho
que minha convicção de que seria legal para o Fernando ter irmão, me ajudou em
tudo.
A parte operacional
dos cuidados com o recém-nascido em si foi muito mais tranquila. Eu sabia que
tudo podia ser pior e mais difícil do que havia sido com o Fernando, e ter
registrado tudo sobre ele me ajudou bastante. Os meus cadernos de anotações,
com todas as ‘atividades’ do Fernando no primeiro ano de vida: que horas
acordou, mamou, duração das mamadas, trocas de fralda, com e sem cocô, horário
e duração das sonecas; e, mais tarde, introdução de sucos, frutas, alimentos
salgados. E, ainda, a lista de perguntas que eu levava a cada consulta ao
pediatra, e depois copiava com as respectivas respostas.
Nem que eu quisesse
eu conseguiria fazer esse registro para o Alê. Mas assim como eu senti essa
necessidade para o Fer, eu não senti essa necessidade para o Alê. Quis tentar
ser mais intuitiva, relaxar mais e, ao mesmo tempo, preservar a rotina do Fer.
Quem me conhece
sabe que seria a minha cara fazer uma tabela comparando os dois. As comparações
são inevitáveis, mas só reforçam que eles são pessoas com características
próprias: traços, personalidade, comportamento, ritmo. E é justamente essa a
parte legal! Nos damos conta do quanto tudo passou rápido. Não fossem os posts
aqui, eu não saberia dizer o que o Fernando sabia fazer com a idade do Alê, ou
quanto media e pesava a cada mês...e olha que eu apreciei muito a rotina,
novidades, desenvolvimento, descobertas e aventuras do Fer.
Agora que sei como
tudo passa tão rápido, tento congelar meus momentos com o Alê nessa fase bebê
que é tão linda e especial. É como se eu estivesse me despedindo de uma fase
muito querida e fantástica da minha vida. Aprecio sabendo que terei saudade de
tê-lo em meus braços, trocando calor enquanto ele mama. Quando o Fernando está
por perto, ele nos observa como se tentasse se lembrar dessa fase. E aproveito
o ensejo para me lembrar dele nessa fase – ele ouve atento, com um sorriso
sincero e curioso, mas um olhar meio vago, de quem não está visualizando com
clareza as cenas descritas.
Ter o 2º filho é
continuar me surpreendendo no melhor sentido da palavra: por parte do Fernando,
em seus comentários e reações perante o Alê, pelas situações que vivemos com o
Alê e, principalmente, pela interação entre eles. Toda essa parte é nova e
deliciosa! O Fernando quer brincar, mostrar brinquedos, ensinar habilidades ao
irmão. O Alê adora observar o Fernando, se joga na direção do irmão, dá
gargalhadas vendo o Fer fazendo palhaçadas e brincadeiras. É me sentir mais
capaz de dar segurança ao Alê sem deixar o Fer inseguro.
Se há dificuldades?
Sim, claro que sim. Fisicamente é muito mais cansativo. Tem hora que estou
sozinha e os dois precisam de um banho urgente ou o Alê pede para mamar justo
na hora do jantar do Fer. Ou depois de colocar os dois para dormir, penso num
banho gostoso e num jantar sem pressa e... o Alê acorda chorando. Ou o Fernando
acorda de madrugada com pesadelo e depois de acalmá-lo, volto a dormir e 20
minutos depois, o Alê acorda para mamar. Passadas outras 2 horas, o Fernando me
saúda com seu doce “bom dia, mamãe, já é dia!”. Mas isso faz parte do pacote e
não tira o encanto deles nem minha alegria em tê-los.
Além disso, é
importante – e difícil – cuidar do casamento, mas conversar ajuda bastante. Exige
sensibilidade e tolerância de ambas as partes.
Às vezes nos
pegamos conversando sobre como fomos criados e o que achamos que foi bom na
nossa educação. Então, tentamos juntar o melhor das nossas histórias a valores
que temos hoje para educar nossos filhos. Parece um bom plano, não? Sim, mas
olhando para nossos irmãos, vemos que cada um interpretou de diferentes formas
as mesmas lições e valores recebidos. Assim, é de se esperar que o mesmo
aconteça com o Fernando e o Alexandre.
Ter o 2º filho não
se trata de corrigir erros cometidos com o 1º ou dar-se uma nova chance de ser
pai ou mãe. Trata-se de cultivar a família e aprender mais sobre compartilhar
amor, respeito e tolerância; sobre relacionamentos e sobre a vida. É mágico
acompanhar o desenvolvimento de uma criança!
Eu me realizo
diariamente como mãe e sonho em seguir assim, vivendo um dia de cada vez, ano a
ano, até que possa vê-los como adultos ‘do bem’ e felizes.
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