segunda-feira, 4 de abril de 2011

Recuperação da Mamãe

Brinquei muito que nosso filho foi reprovado ao nascer no quesito cor e ficou de recuperação na avaliação de peso. Mas e a mamãe, como pode ser avaliada?
Considero que a gravidez foi ótima: o ganho de peso ficou entre 8 e 9kg, sem enjôo no 1º trimestre, sem edema, sem maiores problemas, fora uma gripe forte no início de cada trimestre. O parto impressionou os médicos do plantão, por causa da minha dilatação em curto intervalo de tempo, embora eu tenha passado horas com aumento de contração sem dilatação.
A recuperação pós-parto foi ótima! Meus pontos da episiorrafia começaram a cair ainda na maternidade e quando o umbigo do Fernando caiu, em 13 de dezembro, percebi que eu já não tinha mais pontos. Mas no final do 1º dia eu já me sentei na cama, cruzei as pernas, caminhei, sem dor, sem problemas. Quando fomos avaliar o peso do Fer em 9 de dezembro, eu já tinha perdido 6kg! No final de janeiro, já pesava menos do que no início da gravidez. Voltei a usar minhas calças de antes da gravidez, mas apesar do peso ter voltado, a configuração é diferente... Em poucas semanas, eu já achava que dava para voltar a caminhar, retomar alguma atividade física. Esperei pela prudente recomendação de 1 mês, embora já estivesse como um furacão pela casa desde o dia em que voltamos do HU. Quando finalmente cumpri esse prazo, simplesmente eu não tinha disposição! Apesar da saudade dos treinos, a sensação era de que eu desmaiaria se tentasse treinar.
Lembro que brincávamos com os amigos recém-papais e mamães: dormir por 8 horas ou em 4 turnos de 2 horas são coisas completamente distintas! E é verdade. Eu ficava quebrada. Às vezes tinha sono, o Fer dormia, mas eu não conseguia dormir porque não era um horário habitual para mim; outras vezes, tinha sono e oportunidade de dormir, mas não conseguia por causa das dores da amamentação (infelizmente isso ainda acontece). Definitivamente, dormir e descansar são coisas distintas. Aos poucos, fui aprendendo a desligar e descansar em qualquer horário, a ponto do Zé me chamar e eu reagir como nosso filho quando é acordado: onde estou? o que está acontecendo? por que tenho que acordar?
Nunca gostei de acordar cedo, mas sempre consegui funcionar adequadamente para assistir ou ministrar aulas pela manhã. Apesar das madrugadas interrompidas, consigo acordar bem, se logo depois da mamada dos sonhos do Fer eu também durmo mais um pouco. Porém, às vezes, fico rolando por uma hora até conseguir dormir. Aí na manhã seguinte estou quebrada!
Nesses dias parei para pensar sobre as mulheres que retornam ao trabalho após 4 meses de licença maternidade. Deve ser terrível em todos os sentidos! O bebê é muito pequeno e o sono da mãe, muito curto e leve. Uma boa noite de sono perdida não tem recuperação. Por sorte, terei 6 meses e depois, emendo férias. Ainda assim, vou achar que o pequeno é muito pequeno e muito provavelmente, ainda estarei com noites de sono curto e leve...
Fico feliz em ver que o Fer dorme bem durante boa parte da noite, e tem seguido uma rotina bem estruturada, que me permitiu voltar a treinar em fevereiro, com direito a um banho gostoso e jantar com calma, enquanto nosso filho dorme. A exceção foi a 1ª vez que tentei treinar – pusemos a babá eletrônica e aos 5 minutos do aquecimento, ele chorou...
Ainda me sinto fora de forma, tenho dores nas costas, mas aos poucos, vou me recuperando. Atualmente estou fazendo compressas quentes em pontos de acupuntura, para recuperar a energia perdida no parto. De maneira incrível, as dores nas costas deram trégua.
Pensei bastante antes de voltar para o francês (18/03): por um lado, penso que devo aproveitar todo o tempo da licença maternidade para nosso filho; por outro, penso que retomar algumas das minhas atividades, ver gente, praticar minha atividade física, sair de casa um pouco, me faz bem e, principalmente, me permitirá uma transição para a volta ao trabalho. É um exercício de autonomia para mim e para nosso filho.
Não consegui me desligar da escola, embora me permita ficar uns dias sem abrir email e deletar alguns sem ler, quando identifico que o assunto não me diz respeito nessa fase. Em dezembro ainda tinha provas de recuperação para corrigir, em janeiro tinha relatório para entregar, em fevereiro, uma tese para ler e por aí vai...eu desconfiava que não conseguiria me desligar, pois eu sinto falta dos colegas e alunos!
Como disse, sou uma propensa à felicidade: amo minha vida, meus pais, irmãos e sobrinhos, meus amigos e amigas, meu trabalho, o aikido e, acima de tudo, minha família: Zé, Erik e Fernando Akira! Tudo meio fora de ordem, demandas de trabalho, sono perdido, mas tudo me parece bem!

Um comentário:

  1. Diante do título e das primeiras linhas do post, achei q vc tinha sido reprovada em algum quesito materno e estava fazendo recuperação... que nada, Helene, você é a melhor mãe do mundo para o seu pequeno, pode ter certeza!! :o)

    Eu voltei a trabalhar antes de Murilo completar 5 meses, e dormi mal e mto pouco até ele ter mais de 2 anos... quase 3, pra dizer a verdade. Qdo ele não acordava 3 ou 4 vezes na noite, acordava uma vez só e demorava 2 horas pra pegar no sono novamente. Meu cérebro ficou imprestável por um bom tempo hehehe... Talvez hj eu fizesse tudo diferente. Mas talvez não, como saberei? O que sei é que a rotina noturna só começou a mudar qdo eu passei a anotar num porta-recados colado na geladeira todas as vezes q me levantava durante a noite. Anotava a hora em q havia acordado e a hora em q estava voltando para a cama. Até eu fiquei chocada com esses horários malucos!

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