segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Afinal, ter irmão é legal?



Essa pergunta marca o início do meu namoro com o Zé e da minha amizade com o Fuji. Sem querer me desviar do assunto, queria aproveitar este post para registrar essa passagem de nossas vidas.
Em 2001 fomos a um seminário de Aikido em Brasília. De lá, alugamos um carro e fomos para a Chapada dos Veadeiros. Zé e Fuji eram amigos com um bom histórico de viagens. Estávamos numa fase de assiduidade nos treinos e sempre saíamos juntos; nós e uma galera. Eu nunca tinha viajado com nenhum dos dois.
Sempre digo que é impossível voltar indiferente depois de uma viagem. O namoro com o Zé era tão recente que estava quase receosa porque uma viagem podia consolidar a relação ou causar uma grande decepção. Não preciso dizer que o ‘risco’ valeu a pena!
Durante a viagem, na estrada, o Fuji pediu que eu falasse de mim. Me peguei falando de família o tempo todo e concluí: ter irmão é legal!
O silêncio que se seguiu me fez pensar se eu havia falado alguma bobagem...a experiência deles não levava à mesma conclusão.
Assim, essa virou nossa enquete: Ter irmão é legal?
Bem, para mim, sim. Tive uma infância feliz, com muita bagunça, brincadeiras e diversão. Claro que teve briga também, mas faz parte. O que se aprende com irmãos não se aprende com pai, mãe, amigos, namorados, marido, professores, chefes... Acredito que é a maior evidência de nossa autenticidade: cada um lida do seu jeito com as mesmas lições e cobranças dos pais. Uma janela imensa para perceber que há modos de lidar com as coisas e situações, pontos de vista e aprender regras de convívio. Com irmãos não há filtros, nas fases de graça e desgraça.
Eu não me lembro de ter sido consultada sobre ter irmãos, mas não sei pensar minha vida sem eles. E quando pensava em ser mãe, minha dúvida era: ter filhos ou não tê-los. Embora soubesse que era um risco (por causa da minha idade), nunca pensei em ser mãe de filho único. Pela experiência com o Fernando, o receio passou a ser se eu teria tanta sorte novamente!
Como narrei no post da gravidez para o Fernando, claro que houve uma fase de sensibilização. Fomos honestos: ele não vai saber brincar, nem andar, nem falar! Mas isso só no começo e, como você, ele vai aprender tudo isso aos poucos. Ah, bebês também choram –e o desafio é descobrir qual o motivo.
Ao Fernando nada disso pareceu grave. Algumas coisas lhe pareceram engraçadas – não tem dentes?! Mas o melhor foi termos enfatizado o quanto ele já aprendeu nessa vida. Isso o deixou bem orgulhoso de si mesmo, a ponto de dizer: eu ajudo. Eu ensino. Eu só não posso supervisionar... Isso mesmo, meu amor: só adulto pode supervisionar crianças (sempre checando se ele entende o que é ser adulto).
O lado orgulhoso diz: eu sou criança. Eu sou menino. Eu sou gaaande, se esticando e até arregalando os olhos. O lado bebê ainda pede colo e está feliz porque o barrigão da mamãe ‘caiu’.
Enfatizar o que o Fernando tem de bom para explicar que em alguns momentos eu terei que dar mais atenção ao Alexandre é algo que aprendi com minha própria experiência e exemplo da minha mãe. Sou muito grata a ela por essa libertadora abordagem quando tive minhas crises de filha do meio e ter irmãos não me parecia legal!
Reforço muito para o Fernando que a relação com o Alê é como a que ele tem com o Papai e a Mamãe: a gente às vezes não briga? Acontece... e passa. E depois tem que pedir desculpas (e saber porquê) e ficar de bem. Porque a gente te ama mui-tão! E ele completa: e eu amo o Alê muitinho...
Assim, desejo muito que o Fernando e o Alexandre se amem muito, se divirtam juntos, aprendam um com o outro; e quando brigarem, se fortaleçam, se desculpem e fiquem de bem.

2 comentários:

  1. posso não comentar sempre, mas sigo todos os posts! Esse me emocionou particularmente! Vc é minha amiga-irmã. Amo vc!!!

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  2. Obrigada por isso, fez uma sensibilização muito legal do que é ter um irmão! Apesar de ter dois, eu senti dificuldade em achar a frase "irmão é legal" e pensei muito no "que o irmão pode "prejudicar" do que propriamente ensinar, mas a sua visão mostrou que sim, "irmão é legal e pode ser legal!! irmão é igual papai e mamãe <3.

    Graças a você estou fazendo a mesma "sensibilização", muito importante ter me passado isso, eu já espero tanto o futuro de brincadeiras que a intenção era ir falando sobre "brincar juntos e etc", mas estou controlando e falando muito de dormir/mamar e chorar! rs

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