Aquela tinha sido
uma semana atípica na maternidade. Toda a equipe comentava sobre o ‘surto’ de
gêmeos: 4 pares dizigóticos, todos de mulheres que não haviam feito tratamento.
Naquele dia, enquanto fazia minha ficha, uma mãe de gêmeos se preparava para
uma cesárea e outra, internada e ainda com 32 semanas, fazia acompanhamento.
Ouvi dizer que os
quartos tinham 3 leitos, com espaço para a poltrona do acompanhante mais o
berço do bebê. Por causa da reforma, os quartos estavam com 4 leitos e o espaço
era suficiente para os berços dos bebês. Pelo que entendi, somente as mães de
gêmeos puderam ter acompanhante durante a noite.
A maternidade
estava cheia e disseram que tive sorte: uma paciente teve alta logo que o Alê
nasceu. Foi o tempo de trocar a roupa de cama e lá estava eu. A Fernanda era
uma das mães de gêmeos; a Bete tinha uma menina; e a Sueli não tinha bebê...
Ela foi submetida à retirada de uma das trompas porque sua gravidez ectópica
precisou ser interrompida. Logo eu estava passeando pelos quartos e ouvi
relatos semelhantes.
Achei desumano
juntar mães felizes com mulheres que tiveram sua gravidez interrompida! Vivi
uma gestação que não evoluiu e sei o quanto é sofrido. ‘Felizmente’, não me
sujeitei à curetagem nem a essa situação...
Outra coisa que me
chamou a atenção foi a falta de orientação sobre os cuidados com o bebê. Na 1ª
consulta do pré-natal (aquela palestra), a médica recomendou que fizéssemos o
curso preparatório. Teria feito se pudesse , mas eu não fiz.
No HU, há um curso
também, mas na maternidade eles deram aula – teórica e prática – para troca de
fralda, banho, amamentação etc. e orientações sobre alimentação, uso de
medicamentos, contracepção e outras informações. Fiquei internada 4 dias –
talvez por causa da perda de peso do Fernando. Apesar de querer voltar logo
para casa, eu me sentia assistida e segura ali.
Desta vez, eu
fiquei internada por 48h, achei ótimo voltar logo para casa, mas pensei em como
as mães de primeira viagem iam se virar quando voltassem para casa...eu teria
me sentido absolutamente perdida!
Uma conduta
diferente em relação ao HU foi que a cada 3 horas recebíamos um copo do banco
de leite. Eram 15, 20, depois 30 mL. Achei difícil dar o leite no copo, mas até
que peguei o jeito. E achei bom porque meu leite só começou a descer no dia que
tive alta. Ainda assim, foi em menos tempo do que quando tive o Fernando – o
Fer não perdeu peso à toa: além de desinchar, ele me sugava e não tinha nem
colostro nos dois primeiros dias! O leite só desceu quando cheguei em casa, ou
seja, o Fernando passou o dobro do tempo consumindo reservas do próprio organismo
e ainda gastando energia para me sugar e chorar...
Assim, o Alexandre
nasceu com 3185g e pesava 2900g quando tivemos alta. Não fossem os copinhos de
leite, ele certamente teria perdido mais peso.
Ainda na
maternidade, o Alê já sorria! No primeiro dia, ele dormiu praticamente o tempo
todo – eu já havia observado isso no nascimento do Fernando. Nascer deve ser
cansativo para o bebê também!
Eu ficava me
perguntando se aquele sorriso era, na verdade, um espasmo, um reflexo ou uma
resposta a um xixi quentinho na fralda. Que fosse. É uma delícia ver os olhos
se espremendo, comprimidos pelas bochechas que se erguem num sorriso.
Demora até sair uma
foto boa desses momentos inesquecíveis!
De novo, reconheço
que foi uma sorte o Alexandre ter nascido na 5ª-feira. As visitas são
restritas: somente dois adultos, sem revezamento, 12-13h e 18-19h. Menores de
12 anos, somente aos sábados, nos mesmos horários.
Assim, na manhã de
sábado, o Fernando foi nos visitar. Eu queria não estar com o Alexandre no
colo, para poder abraçar o Fernando. Quando o Fernando entrou no quarto, eu
estava sentada na cama e o Alê estava dormindo. Ele veio me abraçar, já se
esticando para fazer carinho no Alê. Deu meu beijo e me largou para dar um
beijo no irmão. E logo pediu: posso segurar ele?
Agradeço a dica da
Tunga e do Paulo Almeida: que o Alexandre desse um presente ao Fernando nesse
primeiro encontro. O Fernando ficou surpreso e radiante com os presentinhos!
Abriu tudo: soldadinhos iguais aos do Andy (Toy Story), um pote cheio de
répteis e outro com uma meleca roxa que faz barulho de pum. A gargalhada
gostosa e sincera com esse barulho fez todo mundo rir. Ele só se distraiu
quando descobriu o controle remoto da cama (igual o do comandante do Wall-E)!
Horas depois,
tivemos alta e fomos para a casa dos meus pais. Lá, o Fernando estava curtindo
os brinquedos novos que ganhou do irmão e não quis se distrair muito da
diversão.
No carro, ficou
feliz com a nova posição da cadeirinha: dá para ver a janela, dar a mão para o Alê
ou para a mamãe.
Depois do banho! |
Visita do Papai, no dia seguinte. |
Leite no copinho de 3 em 3 horas. |
1o encontro entre os irmãos |
Posso segurar ele? |
Opa, o que é isso? (controle da cama) |
Olha o que o Alexandre me deu! |
Adorei a cama que sobe e desce...(já largou a meleca e os soldadinhos ali do lado) |
Quero segurar de novo. Obrigada, Alê! (pelos presentes - os répteis, ali atrás) |
Pode deixar, mamãe, eu ajeito aqui. |
Agora eu quero dar um beijo no Alê! |
Casa do Vovô e da Vovó |
Colo do Vovô |
Colo da Vovó |
<3 sem palavras!
ResponderExcluirarrepiei, felicidade irradiando por todo mundo!