O fim da gravidez
me pareceu uma corrida contra o tempo.
Encerrar o semestre
letivo foi uma meta difícil de alcançar! O semestre já começou atrasado e ficou
tumultuado com greve de metrô e ônibus, manifestações, Copa do Mundo, greve
etc. Por uma feliz coincidência, concentrei minha carga didática da graduação
no 1º semestre, que acabou ficando puxado. Além das duas disciplinas
específicas da graduação, tinha as aulas da pós. Com a escola interditada,
minhas aulas ficaram pulverizadas em locais e horários diversos... Mal
encontrei os amigos do trabalho e com a logística (péssima) do semestre, meus
horários ficaram sempre engessados e não havia lugar para sentar e bater um papo...
Apesar disso tudo,
estar grávida dá um serenidade que não sei dizer de onde vem. Também pude
contar com a boa vontade dos alunos, em aceitar aulas na Semana Santa, trocas
de horário, aulas num sábado e outras demonstrações de consideração e
solidariedade, neste semestre tão atípico. No fim das contas, meus alunos foram
as pessoas que acompanharam mais de perto esta gravidez – e agradeço pelo
carinho e paparicação.
Essa foi a fase da
barriga pesada, que crescia a cada semana! Embora muitos achassem que fosse uma
barriga pequena, para mim, já estava bem esticada, comprimindo a bexiga,
atrapalhando o sono.
Juntando a isso o
cansaço e o excesso de tarefas que se acumulam ao longo do semestre, os feriados
não davam conta para pôr os afazeres em dia. Consegui encerrar os compromissos
presenciais ainda em julho, mas faltou pique para fechar notas e outras pendências
com a eficiência que gostaria.
Levar o Fernando na
escola foi ficando cada vez mais difícil também. Quartas-feiras são os dias ‘do
Fê e da mamãe’. Vamos e voltamos a pé para e escola. Teve dia de chuva, de
frio, de calor... eu demorava mais para caminhar. Nos dias que o Fernando não
queria caminhar, parávamos para sentar em qualquer lugar, tomar água de côco,
na loja da Leilane, na praça... porque eu também não conseguia mais carrega-lo
e a volta para casa chegou a levar mais de uma hora!
Outro problema que
surgiu neste final de gravidez foi que eu contava em fazer o pré-natal pelo
convênio até o início do 3º trimestre e migrar para o HU nesta fase, atualizar
meu prontuário e estar acompanhada lá, onde pretendia ter o parto. O médico do
convênio já havia anunciado na 1ª consulta que não faria parto pelo convênio, mas
se eu quisesse, passaria seus honorários. Eu não pagaria nem um café para ele!
As consultas eram sem qualquer diálogo ou orientação; ignorei parte das
prescrições e me revoltei quanto ele disse para eu não nadar. Empatia zero, só
mantive as consultas por conveniência e para ter as guias de exames.
Porém, neste ano
até o HU entrou em greve e cheguei a ir até lá para saber quais eram as
condições de funcionamento e triagem de pacientes para atendimento. “Se chegar
aqui parindo, atendemos. Fora isso, estamos em greve...”
Assim, recorri ao
Hospital do Servidor Público. No início de agosto fiz a carteirinha e marquei a
1ª consulta para dia 7. A consulta foi em uma sala de aula! Uma palestra para
várias gestantes, bastante informativa sobre evolução da gestação, sinais que
merecem atenção, exames e períodos indicados, locais de atendimento etc. Ao
final, uma passada rápida na mesa da médica palestrante para pegar guias de
exames. Algumas mulheres ainda estavam no início da gestação, pois nem
aparentavam gravidez; outras, como eu, já estavam com a barriga bem grande –
algumas com exames e outras, pareciam estar passando realmente pela 1ª consulta...
Depois disso, ainda
passei em outras 2 consultas e alguns exames. Não tive problemas para agendar,
mas em uma das consultas, esperei mais de 2 horas porque tinham extraviado
minha ficha. Fora isso, não tenho queixas. Isso porque sempre me vali das
anotações que tinha do pré-natal do Fernando, durante o qual eu levava uma lista
de perguntas a cada consulta e sempre encontrei espaço para esclarecê-las e
dialogar com os que me atendiam. Várias vezes me peguei pensando: se fosse a 1ª
gestação, eu estaria perdida e desorientada!... Mas para minha sorte, eu estava
mais segura e tranquila sobre o que me esperava. E como já havia constatado
desde o 2º trimestre, tudo estava muito parecido (fisiologicamente, digamos
assim) com a gravidez do Fernando.
Durante o semestre,
mantive a natação 1 ou 2x/semana até 28/julho (35 semanas). Depois, parei mais
pela falta de organização e correria de fim de semestre do que por algum
mal-estar ao nadar – embora já sentisse, às vezes, algum desconforto.
Em junho (~30
semanas), eu voltei a fazer yoga. Achei uma sequência para gestantes no youtube
e juntei com exercícios dos quais me lembrava, da gestação do Fernando. Procurei
fazer todos os dias e quando não foi possível, ficava no máximo 2 dias sem
fazer a sequência. Consegui manter esse ritmo até o nascimento do Ale.
As caminhadas se
limitaram às 4as, nas idas e vindas à escola do Fernando. Em outros dias da
semana, sempre que possível, íamos todos juntos.
No final, senti que
engordei menos, mas me sentia mais cansada e com mais coisas para resolver até
a última hora. Por exemplo, somente na virada de 4ª para 5ª-f eu consegui
fechar as notas da pós. O Ale nasceu na 5ª...
Somente na semana
anterior ao nascimento do Ale (sem saber) eu consegui separar e preparar
enxoval. Ufa, ainda bem que deu tempo!
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