Impossível saber
como ele processou a gravidez e a ideia de ter um irmão. Por princípio, antes
do 1º morfológico decidimos não contar para ninguém. A partir desse exame,
começamos a contar a boa nova para a família e amigos mais próximos. Como
registrei na gravidez do Fernando, é bem estranho contar assim do nada:
- Oi, tudo bem?
- Sim, eu estou
bem. Estou grávida. E você?
Mas sempre é bom
compartilhar essa boa surpresa.
Porém, como o
processo é longo, optamos por não contar nada ao Fernando até que eu desse
sinais mais claros de gravidez. Isso só ocorreu lá pelo 5º ou 6º mês, quando a
barriga começou a aparecer. Mas antes, já iniciamos uma sensibilização,
perguntando sobre irmão, fazendo suposições (‘se você tivesse um irmão...’).
Ele aceitou bem as conversas e quando minha barriga começou a crescer, ele
dizia: a minha barriga também tem um nenê; mas a minha está ainda maior! Ele
também gostava muito de dar assoprões na barriga, fazendo um barulhão! Pela
manhã e à noite, dava beijos de bom dia e boa noite – na mamãe e na barriga.
Outra coisa, foi experimentar todos os bichinhos de pelúcia dentro da camiseta.
Ele sentiu falta do
meu colo. Reclamou umas vezes e eu comecei a carrega-lo de ‘mochila’. No final,
até isso era difícil para mim, mas ele respeitou bem e passou a pedir colo para
o pai. Quando íamos só nos dois para a escola, ele caminhava o tempo todo, sem
reclamar. Quando íamos todos, no meio do caminho ele pedia colo para o pai, que
perguntava:
- Por que você quer
colo?
- Porque eu sou
folgado! (alegre, achando que ‘folgado’ pode ser sinônimo de ‘educado’. Afinal,
ele sempre pedia ‘por fa-vor’)
Comecei a rever com
ele fotos e vídeos para mostrar como ele era careca, banguela, pequeno, não
sabia sentar, nem falar, nem andar. Como ele é mais legal hoje, grande,
falante, forte, como eu adoro conversar com ele e coisas do tipo. E ele se
animava muito com a ideia de ensinar o irmãozinho.
Acho que desde o
início ele falava em irmãozinho, mas isso pode ser porque quando começamos a
falar, já sabíamos que era menino. De qualquer forma, a preferência dele era
por um irmão mesmo.
Quando falamos em
nomes, eu fiquei meio receosa. Ao mesmo tempo em que queria que ele
participasse, temia que ele sugerisse Pocoyo, Batman ou inventasse um nome
difícil de repetir – como os que ele tem inventado para os bichinhos de pano
(não consigo transcrever um)... mas ele aceitou bem as opções que demos e de
cara gostou de Ale, mas corrigia: Alessandro. Como registrei no post sobre o
nome, insistimos em Alexandre e ele aceitou bem.
Portanto, ele não
ficou enciumado nem nada. Porém, fiquei atenta às atitudes e mudanças, ou
retrocessos, sobre os quais muitos me alertaram: vai querer chupeta, vai fazer
xixi na cama etc. Até que não. Incluímos no repertorio brincar de nenê – ele
adorava imitar um chorinho no meu colo, mas logo preferia ser grande. Ah, ele
dizia: quando eu crescer, vou fazer tal coisa; e quando eu ficar pequeno, vou
dormir no berço!
A única coisa que
eu senti foi que ele chorava mais em resposta às mesmas broncas: não enrolar
para comer, tomar banho, escovar os dentes. E alertava:
- Não limpa o meu
choro! Você tem que ver que eu estou chorando...
Ou quando eu pedia:
- Respira, fica
calmo.
- Eu não
consigo respirar nem acalmar! E não limpa meu choro! [exigindo legenda para
entender a fala]... Buáááááhh...
Sinceramente, acho
que pode ser da idade, independentemente do ‘efeito-irmão’. Eu me lembro que a
Bia chorava assim e até estremecia. A fase do drama.
Outra coisa que
mudou durante a gravidez, não sei dizer exatamente quando, foi o ritual de
dormir. Ele sempre dormiu no quarto dele; de madrugada, o pai o levava para
fazer xixi e ele voltava a dormir. Em algum momento, ele começou a ter
pesadelos e acordar chorando; saía do quarto dele e pedia para dormir com a
gente. Até tentamos fazê-lo voltar para a cama dele – ele até voltava, mas
pedia para eu ficar com ele. Então, por uma questão de conveniência, puxava ele
para o meu lado e ficávamos todos na nossa cama.
Depois, ele passou
a pedir para dormir na nossa cama, ao se deitar. O combinado era dormir até o
xixi da madrugada. Horas depois, ia para nossa cama.
À medida que a
barriga foi crescendo, eu ficava incomodada e apreensiva porque o Fernando se
mexe muito e me deu uns bons chutes. Eu já estava ficando sem posição para
dormir, levantava de madrugada para ir ao banheiro e/ou tinha que levantar cedo
no dia seguinte (dias de aula)... então, quando ele ia para nossa cama, eu ia
para a dele.
Todos dormiam
melhor assim!
Enfim, acho que
curtimos tudo juntos e o Fernando levou tudo com leveza!
E quando foi nos encontrar
na maternidade, a constatação:
- A barriga da
mamãe caiu! (e que delícia senti-lo se atirando em meus braços sem aquele
barrigão)
22 de março (~17 semanas). Travessia em Ilhabela. Êba, fim de semana na praia! |
21 semanas - a barriga da mamãe está crescendo! |
~24 semanas. Um beijinho no Alezinho! |
Quem está na minha barriga? |
13 de junho. ~28/29 semanas. Oi, Alê, você está bem? |
6 de julho - 32 semanas. |
18 de agosto. 38 semanas. Mais 3 dias e...tumba: a barriga caiu! |
Ah! Que lindo essa percepção! Fico emocionada de ler esses textos!
ResponderExcluirFernando é um menino de ouro e Ale será - e é - outro! Que bom que a barriga da mamãe caiu, rs, até eu estava ansiosa! rs
Família completa <3