quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Gravidez – 3º trimestre

Esse post foi escrito ao longo do trimestre, até o dia 3 de dezembro, véspera do nascimento do Fernando. (Helene)

No dia 23 de setembro o Bebê teve sua 1ª crise de soluço (que eu tivesse sido capaz de perceber...); elas passaram a ser freqüentes e ao longo desse trimestre, mais fortes.
Durante outubro, os movimentos se tornaram bem mais fortes, nas laterais do abdômen – acho que eram chutes mesmo! Quando a barriga não se deformava muito, imaginava que o Fernando (finalmente tinha nome!) estivesse “de costas para meu umbigo”, esticando pernas e/ou braços em direção às minhas costas; ou pior, para baixo – pressionando minha bexiga como quem ajeita um travesseiro antes de se deitar sobre ele. Com a barriga maior, conseguia abraçá-la, mas rolar pela cama ficou mais difícil!
Segundo o boletim, ele já ouve e percebe luminosidade... como falo à beça, ele deve conhecer bem minha voz! Não falo diretamente com a barriga, em voz alta, mas tenho meus momentos diários de “conversa” com o Fernando. Ele também deve conhecer bem a voz do Zé e o barulho de seus beijos estalados na barriga, os latidos do Erik e do Spyke, a voz da Vovó Conceição, o burburinho de sala de aula e o meu “sshhhhhh” antes de iniciá-la. 
Caminhar e subir e descer escadas passou a ser mais cansativo, mas evitei escadas rolantes no metrô e trem, e não usava o elevador na escola (o prédio mais alto tem 3 andares!...).
Pode ter sido coincidência, mas depois do final de semana em Campinas e Piracicaba, início de horário de verão, 2ª-feira excepcionalmente puxada, senti “aquele” sono incontrolável. Até então, eu às vezes me sentia cansada, mas conseguia me controlar bem.  Podendo, tentava descansar. Depois, percebi que não. “Aquele” sono sobre o qual me perguntaram no início da gravidez, eu sinto mais agora. Não é preguiça. É sono mesmo (bom, pode ser cansaço também).
Na última semana de outubro senti um pontapé (ou um soco?) bem no diafragma...nada dos chutes nas costelas. Por incrível que pareça, a essa altura, eu adoraria sentir esses chutes, pois teria certeza de que está bem posicionado para um parto normal.

Nos dias quentes, meus pés incham e ficam como pães franceses.
No final de outubro, o umbigo parecia um traço...
Por essa época, procurei retomar com mais afinco a sequência de posturas de yoga para gestantes, do livro que a Gisele me emprestou. Como todo exercício de yoga, sua prática me manteve alongada, exigia equilíbrio e muita concentração na respiração.

Não tive tempo de criar consciência corporal da barriga crescente: me surpreendia ao descobrir que não dava para passar naquele espaço ao tentar passar por ele, a porta do armário da cozinha passou a esbarrar na barriga e os braços encurtaram! Puxo a cadeira e quando vou me sentar à mesa, dou aquela esbarrada... sem falar da estratégia para usar banheiros públicos – repararam que a porta abre para dentro e passa rente ao vaso? Então, para entrar e sair quase entro no cesto de lixo!
Ah, as roupas sempre sujam na barriga também.
Já não vejo os pés quando olho para baixo e é fácil tropeçar em qualquer buraco pelas calçadas! Cortar as unhas dos pés também ficou mais difícil...
Desenvolvi alguma habilidade de pegar as coisas que caíam no chão (ou melhor, que eu derrubava) com os pés, tamanha era a dificuldade em agachar (a toda hora).

Em novembro a linha alba escureceu. Como um meridiano no globo terrestre.
No dia 25 de novembro, achei que a barriga baixou. Não a sentia tão junto do diafragma e parecia que se abriu um espaço para descansar os braços ali. Será que foi impressão? Pedi para o Zé tirar um foto para eu conferir...
1º susto: dia 3 de dezembro, 6ª-feira. Não fui à última aula de francês por precaução. No horário em que estaria voltando da aula para casa, por volta das 18h, senti uma perda de líquido. Fui ao banheiro, acho que saiu o tal tampão (ou uma parte dele) e definitivamente comecei a vazar! Nada a ver com a idéia que eu tinha de romper a bolsa – de fato, acho que não rompeu, mas é bem estranha essa sensação de “vazamento”. Não sentia dores. Na dúvida, finalmente consegui fechar as malas – minha e do Fernando. Ainda meio com dúvida e insegura, o Zé foi dar treino e bem nessa hora a Timina me ligou! Ah, que alento conversar com alguém que não me deixasse mais insegura ou ansiosa!...
Mal sabia eu que horas depois o Fernando estaria em meus braços!

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